quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

• A voz dos muros - IX

No meu silêncio cabiam muitos. Mas vão cabendo cada vez em menor número e em intensidade. Sinto-me cada vez mais o homem mais livre deste mundo. E quiçá, também por isso mesmo, o melhor…

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

• Anedotário Rasca - I

Um cidadão é para além de outras coisas um repositório de histórias. E eu, para além de cidadão, sou um homem que adora desempenhar o papel de contador de histórias. 

É que tenho muitas! E descobri ontem mesmo, vasculhando discos rígidos dos meus Mac’s (não consigo chamar estas ferramentas de eleição como vulgares computadores…), que possuo um interessante acervo de anedotas. Algumas bem rascas, como até convém, dado o ADN particularíssimo deste blog...

Hoje dar-se-á início a esta nova rubrica, Anedotário Rasca, neste blog que ambiciono que se torne cada vez mais da vossa preferência, meus caros leitores. 

Mas atentai bem, caríssimos, que a linguagem doravante aqui empregue pode ser algo explícita demais para aqueles indivíduos entre nós que pugnam por ser mais delicadinhos… Ou ainda para aqueles pequenotes intelectuais dos meios académicos desta Lisboa, urbe que dizem que cheira bem.

Adiante, que se faz tarde! Vamos lá à minha primeira anedotinha. Sobre os bancos e a elevação moral dos que os servem como empregados de topo da hierarquia destas nobres instituições. 

Um homem entrou no BPN, dirigiu-se à caixa e disse:

- Eu quero abrir a merda duma conta na merda deste banco!!!…

A moça da caixa, estupefacta, perguntou:

- O sr. desculpe, mas acho que não ouvi bem o que disse. Não se importa de repetir?

- Bem, vê lá se ouves desta vez, caralho! Eu disse que quero abrir uma merda duma conta na merda deste banco!

A moça pediu licença e foi contar a desagrádavel situação ao gerente daquela sucursal, que concordou que ela não era obrigada a ouvir tal palavreado. Dirigiu-se então com ela ao balcão, para abordar aquele cliente mais difícil pessoalmente. 

- Bom dia. O sr. importa-se de me dizer o que se passa? Tem algum problema com o nosso atendimento à sua questão?

- Não há caralho de problema nenhum! Eu é que ganhei 200 milhões de aérios na lotaria e quero abrir a merda duma conta na merda deste banco, foda-se!!!… 

- Percebo perfeitamente.... E esta puta do caralho só está a complicar as coisas, não é verdade?

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

• So what?...

So what?... Why all the fuss?… Porquê estão todos escandalizados estes líderes europeus sobre quem foi na praça pública revelado o suposto segredo de que andavam a ser escutados?

Não seria mais que previsível? Até mais que sabido por todos que todos, todos mesmo, podiam estar sob a vigilância de serviços secretos dessa nação que se arvora em polícia do mundo? E que quanto a isso pouco ou nada podemos fazer?

“Yes, we scan”. É o que nos diz este cartoon acima à laia de poster, que com imensa piada brinca com o brilhante slogan da primeira campanha eleitoral de Obama. E acrescenta: “Deal with it”. Ou como diria o grande arquitecto, “Aguenta!”.

Eu acredito que tudo isto não seja completamente do agrado e da vontade de Barack Obama. Mas é ele que dá a cara pela democracia americana. E quando nós somos eleitos presidente do mais poderoso país do mundo, a realidade a que temos de nos adaptar bate-nos de frente como um comboio. E não nos podemos desviar.

Como eu sempre disse, nesta vida até mesmo o homem que está no cargo de poder mais imponente neste mundo não passa tantas e tantas vezes de uma marioneta. Nas mãos do sistema.

O que me consola é que já vi marionetas bem piores e em absoluto totalmente mais absurdas do que o bom do Barraca Abana.
E depois, temos é que ver sempre a história por detrás da história que nos querem contar! Temos de fazer o esforço de pensar em ver sempre do que nos querem distrair.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

• A voz dos muros - VIII

Placa que se encontra fincada num pedacito de relva do pequeno jardim da propriedade privada onde se encontram o CUPAV - Centro Universitário Padre António Vieira e também um belo edifício da província portuguesa da Companhia de Jesus. Julgo, os Jesuítas.

Na freguesia do Lumiar, em plena Lisboa deste século XXI. Onde não é presumível avistar quaisquer rebanhos de ovinos, caprinos ou de outros pachorrentos ruminantes. Nem sequer algumas esporádicas ovelhas negras.

A não ser que se quisesse desincentivar a permanência naquelas instalações do autor deste blog… lol.  :-)

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

• Contra os cabrões...

“Contra os cabrões, marchar, marchar!”, já lá diz o nosso hino…

Pensei eu com os meus botões isto no outro dia, paseando por la calle. Ingenuamente julgando estar a ser original. E não, afinal não era. Esta mesma frase está já replicada por dezenas e centenas de blogs na Tugalândia.

Do quarteto constante no cartaz reproduzido ao lado, já só se senta hoje nas cadeiras do poder oficial o principal deles todos: o nosso querido Peter Steps Rabbit.

Eu não os consigo ver como cabrões puros e duros. Para mim são tão-só ideólogos cegos pela sua particular visão das prioridades do seu país. Que não deve ser bem o mesmo em que todos os outros de entre nós vivemos.

O país deles é povoado por gente piegas. E sobre os quais Pedro Passos Coelho quis no outro dia fazer pedagogia, sob a forma de chantagem emocional. E o que ele disse e eu ouvi foi, sumariamente, isto: que se o povo já está farto da austeridade e se for votar no principal partido da oposição nas próximas eleições, então… talvez os agiotas que ainda nos vão emprestando dinheiro para que os poderosos lusos mantenham um nível mínimo das suas mordomias julguem que é melhor fechar a torneira dos cifrões.

Ou seja, portem-se bem todos vocês - povo, partidos do arco da governabilidade na oposição (o Partido Socialista, em suma) e Tribunal Constitucional - ou o guito não vem por aí a caminho, ok?…

Era este basicamente o recado que tinha para nos transmitir, vindo dos mafiosos a quem ele submissamente deixa que lhe puxem os cordelinhos. Triste figura esta, feita por alguém que é suposto vestir a pele dum primeiro-ministro dum estado soberano!…

Quem havia de dizer que este lindo rapazito aqui ao lado, semelhante a um inocente menino de coro haveria de se metaforizar no sacaninha do testa-de-ferro que ele hoje é?… 

Ele não é o banqueiro anarquista de Fernando Pessoa. Mas não deixa de fazer a promoção da anarquia como filosofia política. A favor da banca e dos maiores poderosos da área económica. A julgar pela ideia que ele tem da valia da Constituição, essa coisa que é só a lei fundamental duma nação… 

Internamente, ainda vamos tendo uma bendita força de bloqueio que vai fazendo por travar o quanto pode os ímpetos loucos deste cabrãozinho. O Tribunal Constitucional, que nos vai demonstrando as superiores virtudes do princípio da separação de poderes nos regimes democráticos. E pelo menos agora, também vamos ver mexer algumas forças a nível externo. No Parlamento Europeu.

«A violação da Constituição não é um tema só para Portugal, mas também para a Grécia, onde foi recomendado que a recolha de impostos seja feita através da factura da electricidade», disse-nos Sven Giegold, eurodeputado alemão do partido Os Verdes. Entre outras coisas que tais, que podem ser lidas clicando aqui.

Resunidamente, o que Herr Giegold nos lembra é que para os vampiros da Troika vale tudo. 

Será que um dia haverá um Julgamento de Nuremberg que se constitua contra estes autênticos criminosos de guerra económica?...

As baixas não são tão grandes como na guerra tradicional. Nem têm tanta visibilidade. Mas as baixas também existem num conflito económico. Não foi descabido manifestantes terem apupado de "assassinos" os membros do governo português a semana passada na Assembleia da República... Porque eles porventura na sua estúpida cegueira não o verão, mas é a um lento genocídio o que as medidas por eles inventadas nos condenam.

Para usar também uma imagem do campo da medicina, Portugal é um paciente que está a sofrer hoje um duro tratamento de quimioterapia. Mas quem fez o diagnóstico da suposta doença e prescreveu o método de cura não foram médicos. Foi o próprio cancro!

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

• O meu voto no próximo domingo

Por isso, vou levantar a bunda do sofá!… Como sempre fiz.

Muitos cidadãos estão hoje desiludidos com os actores da causa pública: governantes, políticos sem responsabilidades de poder, sindicalistas e outros parceiros sociais, etc.. 

Ouvi num outro dia que não votar é estar contra o sistema. Pois, este sistema pode ser imperfeito… mas eu já vivi num outro sistema. Em que votar era um direito reservado só a alguns. Por vezes, mesmo a nenhuns. Maneiras que eu prefiro este sistema!…

Porque não sou estúpido. Este sistema, embora imperfeito, é o unico que per si permite mudar o estado das coisas.

Nas últimas eleições autárquicas defendi aqui neste blog o voto numa voz diferente. E não da minha cor política. No candidato do PSD, Hernâni Carvalho, contra a candidata à reeleição como presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Susana Amador.

Não estava e continuo a não estar descontente com a gestão que Susana Amador tem tido da edilidade. Mas quis e quero continuar a pagar para ver se é possível fazer mais e melhor.

Não vou aconselhar o voto desta feita na candidata do PSD, Sandra Pereira. Porque não é uma voz diferente, como Hernâni o era. E embora ainda jovem, já é para mim uma actriz política velha. Há demasiado tempo imersa na mesma redoma* de Susana Amador. E eu quero mudança. A todo o custo!

Se antes eu poderia ter receios de que o circo pegasse fogo se alguma vez a extrema esquerda chegasse ao poder, com este actual governo perdi todos os medos. Porque os ultra-liberais que nos governam hoje - como aprendizes de feiticeiros que eu sempre disse que o erarm - estão a ser mais intervencionistas do que os comunistas que comem criancinhas ao pequeno-almoço.

Mas com isto não quero dizer que vou votar no domingo na candidata da CDU, Fernanda Mateus. Não. Embora se devam reconhecer largas competências na maioria dos autarcas comunistas, eu quero ver ideias mais arejadas. Eu, e julgo que a esmagadora maioria dos descontentes com o status quo do nosso país.

Vou portanto finalmente proclamar quem vai ter agora o meu voto: João Curvêlo, do Bloco de Esquerda. Um puto de 23 anos apenas. Mas que sabe falar. A ponto de me convencer.

Alguém questionou se a juventude tão tenra de João Curvêlo não traria um certo óbice de falta de experiência para um cargo da responsabilidade de presidente de câmara e da dimensão da de Odivelas… Ao que o rapaz contrapôs, e bem, que experiência é o que não faltará a Susana Amador, com 8 anos à frente da câmara. E no entanto é preciso alguém que faça mais pelos que cá vivem.

Quero alguém que prometa partir a louça! Não por si mesmo a defender essa atitude. Que essa sim, será uma Nova Atitude por Odivelas. Mas pela esperança que poderá renovar em todos nós no dito "sistema".

Estou farto de quem só sabe falar em números! A maior desgraça de um país, de toda uma população, não é não ter as contas todas certinhas. É não ter como as pagar. Por não produzir riqueza. Por não conseguir aproveitar e empregar uma grande parte da sua população activa. Que anseia por não se sentir inútil. Ou fora de prazo.

E ainda por não conseguir criar as tais oportunidades que nos dizem eles mesmos - os que nos governam neste momento - que todas as crises trazem. Falácias que já só me causam náuseas!...

Vou votar no Bloco de Esquerda e em João Curvêlo. Porque ainda ontem foi ele mesmo que me entregou o seu folheto de campanha. Ele e mais um colega. Caminhando sós, ao lusco-fusco de um dia cinzento e molhado. Pela Avenida Professor Doutor Augusto Abreu Lopes abaixo, deserta a essa hora. Com o estoicismo próprios de Don Quixote e Sancho Pança. Que me comoveu. E me deu fé no futuro. E que os políticos podem não ser afinal todos iguais. É só um feeling...
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* E as suas promessas eleitorais são algo pobres. Redutoras. E pouco distintas do que a actual gestão camarária também poderia fazer. Quanto aos outros candidatos, que são Bruno Veiga, do PTP; Ernesto Reis, do PCTP/MRPP; e sobretudo Miguel Xara-Brasil, da coligação Odivelas Merece Mais (CDS-PP/MPT/PPM)… estou longe.

domingo, 22 de setembro de 2013

• A voz dos muros - VI

Love is the answer, they say... So many times.

Agora é que a "minha" crise vai começar. A resistência militante que contra a conjuntura económica tenho procurado manter está a abrir brechas na minha muralha. E por isso se torna urgente.

Eu bem sei que... 

"Love is an illusion. It's a dream from which
you wake up with a headache…"
  - Janet Fitch, "White Oleander"

Mas ainda que o preço seja uma valente dor de corno, eu preciso dessa ilusão de amar e ser amado.

Até porque contra males de cabeça desse género já vou ganhando uma certa imunidade. E uma ilusão de vez em quando não faz mal nenhum. Até dá para esquecer. E pode emprestar forças para o combate. Que é de todos nós contra… aquilo que outrora bravos revolucionários apelidavam de "o capital e os seus lacaios".

O "perigoso comunista" que está adormecido dentro de mim* ainda vai ser despertado um dia destes. Mas sem eclipsar o romântico torpe.

Onde andas tu, minha Galateia? Às tantas, já me cruzei contigo… mas ou me faltou a coragem ou a clarividência.
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* Dentro de todos nós há um. Ou devia haver.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

• O salário mínimo

Um consensualmente assim aceite grande cérebro luso da área da economia, de seu nome António Borges, já defunto, defendeu que os salários dos portugueses deveriam baixar, para impulsionar a nossa almejada retoma…

Nestas coisas das ciências económicas já estou habituado a ver os maiores crâneos a falharem previsões macroeconómicas como os pobres dos meteorologistas. E a vomitarem barbaridades que pouco devem a um senso comum popular.

Mas como os media adoram sempre uma boa história… Em prol do espectáculo em que os serviços noticiosos se tornaram, vai de dar destaque a vozes de burro! Como não chegam a o céu, devem ser inofensivas, crê-se… Mas talvez mal.

Outras correntes de pensamento ficam assim na penumbra.

Por exemplo… Alguém terá reparado que o homem mais poderoso deste mundo, o presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, afirmou no facebook estar em defesa disto aqui ao lado?…. 

Alguém se lembra que ainda recentemente um político francês lançou o debate sobre a necessidade de haver a figura de um salário mínimo europeu, comum a todos os países que integram a União Europeia ou ao menos a União Monetária em torno da moeda única, o Euro?… O que é do mais lógico que pode existir, ainda que possa parecer utópico.

Alguém notou que um político português (do sexo feminino e de esquerda) deu com uma das causas prováveis para a ligeira retoma da nossa economia o abrandar do estrangulamento do poder de compra dos portugueses, com a declaração de inconstitucionalidade de diversos cortes salariais que este actual governo quis impor?… E que acrescentou, e bem, que a defesa dos direitos dos trabalhadores afinal faz bem à conjuntura económica?.. 

Pois!…

E que dizer de algumas vozes que vão clamando a nível mundial apontando a inutilidade, e mais do que isso, até os malefícios, das malditas políticas de austeridade?… Poucos de nós reterão tudo isso.

Acrescento só mais um dado que escutei com curiosidade. Contra os ditos McJobs, que foi um "produto de exportação" do capitalismo puro e duro yankee, alguém fez ver o seguinte: se os salários pagos a todos os funcionários da McDonald's fossem aumentados para o dobro, a repercussão no preço do menu Big Mac seria a de um aumento de… 17%.

Agora, se todas as pessoas que vivem ou sobrevivem com salários de miséria no mundo inteiro vissem os seus rendimentos duplicados… Que pulo não daria a economia global na direcção do crescimento!…

A melhor partilha da riqueza nacional é algo que um dia será reconhecido como benéfico para o lucro de cada negócio individual. E como natural consequência, para o conjunto de toda a economia. E o contrário será sempre prejudicial. Sempre!

Porque será que hoje em dia tantos governantes portugueses e europeus parecem perder tão facilmente o foco nesta esmagadora realidade?... PORQUÊ???...

domingo, 25 de agosto de 2013

• "Jobs" - o filme

Fui ontem à noite ver este filme…

Embarquei nesta viagem com a expectativa de que iria ver um filme biográfico sobre um gênio que admiro e no qual se revelariam como lhe surgiram as inspirações para todo o caudal de inovações tecnológicas que ele criou Mas não foi isso o que vi.

O argumento centrou-se sobretudo na Apple, enquanto incontornável mito do empreendedorismo americano e global. E de como foi a sua gestão paradoxal, desde o seu nascimento até à morte do seu criador.

A Apple nasceu, cresceu e ficou mundialmente conhecida como a marca que maior prestígio grangeou e grangeia junto dos seus admiradores, que são em número bastante maior do que o dos seus clientes, já de si imensos à escala global. E isto após o bom do Steve, ter sido expulso da empresa-mito que ele próprio criou e da qual foi o principal mentor. Por deliberação dum conselho de administração acéfalo. E reintegrado anos mais tarde.

Se há lição que este filme nos mostra, essa é uma que eu já sabia desde o outro carnaval!… Que é, afinal:

"Quando os gajos dos números desatam a mandar nisto tudo
mais do que os outros, não há erva nenhuma que possa crescer."

É que os gajos que só olham aos números, sobretudo aqueles que têm associados cifrões, os únicos que eles acham a que accionistas são sensíveis, são os eucaliptos dos espíritos livres da nossa querida humanidade, pobre coitada...

Eles nada criam. Eles só extinguem com a sua cegueira indelével e incurável os ideais de outros, os que são loucos o suficiente para julgar que podem mudar o mundo.

Depois da sessão de cinema, não me pude impedir de fazer um estranho - e até descabido, talvez - paralelismo entre a gestão da Apple e a da coisa pública portuguesa na actualidade.

Bem sei que Portugal não é uma marca. Que José Sócrates não é nem de perto nem de longe Steve Jobs! Que Pedro Passos Coelho não é de todo John Sculley. Que os eleitores portugueses não são accionistas do seu país. E na maior parte deles, se o pudessem ser não era de Portugal que teriam a maioria da sua carteira de acções, não senhor…

Mas reparemos… Sócrates tinha ideias. Tinha projectos. Tinha sonhos. De ver o nosso país ser o primeiro no mundo no número de veículos eléctricos. De sermos energeticamente menos dependentes do exterior e do petróleo. De termos cada vez mais energia de fontes renováveis. De termos um sistema educativo inovador e de ponta a nível mundial, com a adopção do uso dos computadores Magalhães desde as mais tenras idades escolares. Por exemplo…

Sócrates também teve detractores, tal como Jobs. Porque ambos, à sua maneira, eram criativos na sua actividade. E singulares até na forma como conduziram ou conduzem ainda as suas vidas. Mas como em todos aqueles em que centelha nem que seja uma ténue luz de genialidade coabita também por vezes um temperamento irascível… Acabam por ser mal amados pelas maiorias silenciosas e sem cérebro.

Não quero e nem devo fazer aqui a apologia de José Sócrates. Mas quero sim, fazer um elogio a todos aqueles que têm espíritos criativos. Daqueles loucos que julgam que podem mudar o mundo. Que são como Steve Jobs era e disse. E que deviam ser mesmo aqueles que realmente fazem a mudança acontecer no mundo.

Não fossem as ervas daninhas dos gajos dos números e onde é que a nossa civilização já não podia estar, meus deuses…

Mas bom… Uma palavra final para agradecer ao bando de cromos que se podem ver na foto em baixo. Quem diria que sem eles o mundo de hoje podia ser bem diferente…


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Os leitores deste blog poderão ver o trailer deste filme no seu site oficial, clicando aqui, no site da IMDB, aqui, no Movie-List.com, aqui, ou aceder á sua página no facebook, aqui.

sábado, 3 de agosto de 2013

• Yeah, life sucks!...

E se fosse só isso, Charles… mas ainda há pior, hoje em dia.

É que uma vida assim não é nada de sonho. Mas ainda tinhamos ao menos o sonho. De mudar o estado das coisas para melhor. Mas até isso eles nos andam a tirar.

Eles são os "entendidos" em economia. Uma corja estúpida, maldita e - em consequência disso - incompetente que tomou conta do mundo inteiro. Se eles tivessem ganho esse domínio nos anos 60 do século passado, quando reinavam os idealistas, os que têm sonhos, a corrida para levar o homem à lua tinha morrido logo á nascença.

Hoje a ditadura é dos números. Das contas certinhas. De eliminação dos excessos. Do que eles denominam de gorduras do estado. Só é pena é que pareçam ver essas adiposidades somente nos serviços públicos. Para o bem comum de todo um povo. E não nas mordomias próprias de apenas alguns. Deles.

E segundo eles, o investimento em inovação é também um luxo a que não nos podemos dar neste momento. Não há guito…

Eu quando andei a estudar engenharia, nos anos 80, eu queria mudar o mundo. Queria participar do desenvolvimento e do crescimento do recurso a energias renováveis. Que eram as energias do futuro.

Hoje, aquele rumo que tinhamos vindo a seguir, da proliferação de produção de energia eléctrica por via eólica, solar, geotérmica ou das ondas do mar foi transformado em devaneio. Economicamente pouco viável. No curto prazo. Que é o horizonte temporal mais longínquo que eles, com as suas limitadas mentes, conseguem alcançar.

Podiamos também ser hoje um país dos mais avançados e pioneiros à face da Terra na implementação de veículos eléctricos. Mas não. É preferível não ousar. É preferível ter dívidas pagas no mais curto espaço de tempo possível. Ou é isso ou é, quiçá, a rendição aos poderosos lobbies do petróleo.

Hoje, graças a este auto-imposto estado de inanição pela submissão ao interesse "superior" das (ainda por cima) trapalhonas contas do estado, estou desempregado. Devia estar a sonhar em voltar ao mercado de trabalho. Mas…

…para fazer o quê, se já nem há empregos que, embora pudessem não ser bem pagos, ao menos nos permitiam sonhar que estávamos a produzir algo grande? Algo pelo qual valia a pena nos mexermos. Levantar da cama com um despertador.

Já não há nada disso. Já não há "pica". Eles, na sua inépcia cega, não vêem sequer que decretaram a morte do sonho.

E se calhar, irrevogavelmente. Mas como o conceito de "irrevogável" é, nas suas mentes, muito elástico… talvez ainda haja esperança.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

• A voz dos muros - V

"Eu nem sequer gosto de escrever. Acontece-me às vezes estar
tão desesperado que me refugio no papel como quem se esconde para chorar. E o mais estranho é arrancar da minha angústia
palavras de profunda reconciliação com a vida."
- Eugénio de Andrade

Nada mais há a dizer… Vejo nestas palavras a minha própria imagem no espelho, tão nítida...

sexta-feira, 12 de julho de 2013

• You can call me Álvaro...

Pergunta:  porque raio de mistério altamente insondável e, além do mais, misterioso, é que o magnífico Portal do Governo resolveu esconder no curriculum-vitae do ministro Álvaro Santos Pereira a sua brilhante e promissora carreira na área da sétima arte - a tal de cinematográfica, para os mais desatentos - e, nomeadamente, da sua participação em filmes grandes êxitos de bilheteira, como o fenomenal "Toy Story 2"???...

sexta-feira, 5 de julho de 2013

• Let's all stand with Eddie!...

Hoje vou fazer uma coisa séria. Vou apoiar um tipo que muito graúdo por aí acha rasca.

Não sei o se passou pela cabeça do nosso Eddie quando ele resolveu meter a boca no trombone. Ele até se pode estar a prestar a um papel involuntário, sei lá, de distrair-nos - a todos os que ainda acreditamos em quase tudo que os media têm de cuspir cá p'ara fora, para fazer pela vidinha - de algumas merdas bem mais quilhadas…

…mas o que acontece é que ele é uma espécie de Jason Bourne da vida real neste momento. And I wanna stand by him.

Quero que a história dele seja um exemplo de sucesso de combate contra a hipocrisia.

Não quero que os que querem o seu silêncio ou o seu sumiço dos media tenham sucesso.

Quero que o meu país não me envergonhe ao se envolver nesta história de uma forma subserviente e seguidista.

Quero ver um día líderes da América latina a pagarem da mesma moeda a estupidez que fizeram com o pobre do Evo Morales, um bacano que não faz mal a uma mosca. Ou assim parece, já que o homem é índio e masca hojas de coca

Quero continuar a ver hipócritas eurocratas a ter de fingir que não imaginavam que estas cenas do programa PRISM aconteciam debaixo das barbas deles e a mostrar-se escandalizados perante as suas opiniões públicas, agora que a caca foi jogada na ventoínha.

Quero continuar a divertir-me com estas palhaçadas.

Por tudo isto, estou com o Edward Snowden. E quero convidar quem lê este blog a estar com o gajo também, clicando aqui.

O texto da petição pública no website da Avaaz.org, que este vosso humilde criado já subscreveu incondicionalmente, palavra por palavra, sílaba por sílaba, é este:


Nota do autor do blog: A foto no topo deste post não é nadinha séria, convenhamos. Mas este blog é no seu ADN mesmo rasca! E euzinho aqui não posso resistir a partilhar a criatividade desta anúncio a uma marca de lingerie… Que aliás nos lembra uma grande, grande verdade, na frase brilhante do seu copy!...  ;-)

domingo, 30 de junho de 2013

• A voz dos muros - IV

Porque roubar o povo é sempre mais fácil!…

Mas cá se fazem, cá se pagam!… Se eles acham que o povo não é sábio… um dia terão uma bela surpresa, como aquela que a classe política está a ter no Brasil hoje em dia. Falta de avisos não há!…

Continuem a enfiar a cabeça na areia, como a avestruz! Essa até é a posição em que a Alemanha perdeu a guerra… portanto...

quarta-feira, 26 de junho de 2013

• Vítor Gaspar

Um belo dia o chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Portugal, Abebe Selassie, proferiu sem se rir acerca do ministro português das Finanças esta mui singular afirmação: "Vítor Gaspar? Um ministro muito impressionante. Para dizer o mínimo.".

As pessoas mais distraídas julgaram que isto era um elogio. Eu não sei porquê vi antes um importante aviso á navegação... 

Comecei no início da legislatura deste actual governo português, quando ainda todos nós não conhecíamos quase nadica de nada desta novel personagem mediática, por admirar a calma fleugmática deste burocratazito nas suas intervenções públicas nos media… aquela vozinha dele e o tom catedrático tão caricaturável!...

Hoje tenho medo, muito medo, da sua cegueira em relação a tudo que é exterior à sua redoma intelectual. Que são os números.

É que depois do seu despontar na cena pública, faz agora uns dois anos, comecei a reparar noutras figuras a rotulá-lo. E não de forma benevolente.

Das melhores e mais pertinentes observações que tenho ouvido sobre Vítor Gaspar, passo a resumir as seguintes:

Miguel Sousa Tavares acha que o nosso Gaspar é um subproduto dessa "nave dos loucos" que são os tecnocratas de topo de hierarquia em Bruxelas, e que este não passa de um "incompetente" bem disfarçado. Aquela insistência no uso dessa ferramenta informática caduca, que é o Excel…

Marcelo Rebelo de Sousa comparou-o a um "astrólogo". Aquelas previsões macroeconómicas de qualidade mais duvidosa que as do prof. Karamba sobre a evolução da vida amorosa do Tchumbé Sanhá com a sua amada Djizé…

O g'anda nóia do Luís Marques Mendes a dizer que o nosso homem "ainda não viu bem o filme"…

E isto tudo gente da sua cor política!… Curioso que é preciso haver alguém da oposição, mas politicamente reformado, como Mário Soares, para dizer alto e bom som, que Gaspar é um "perigoso fanático". Será que era mesmo necessário ter o estatuto e a vidência do nosso ex-presidente mais rezingão para vociferar isto?… Não é tão evidente?…

E ultimamente o gajo perdeu o juizo e só se põe a jeito!… É a história de sofrer por ser do SLB, é o argumento tão careca da influência da chuva na economia…É demasiado ridículo para eu conseguir manter o respeito que antes me ia merecendo.

Enfim!… Agora que os compadres da Troika andam às turras uns com os outros, eu concluo que o nosso Vítor não passa de uma marioneta. Daquele personagem sempre imprescindível para exercer o papel do idiota útil.

E nós a termos de gramar com isto!… E a ver as nossas vidinhas todas lixadas e viradas do avesso. Mas pode ser que haja males que vêm por bem. E que o povo português excomungue de vez com essa aberração que é o PSD. E que a bipolaridade passe a ser entre o PS e o CDS. Sempre era tudo mais preto no branco.

O nosso bom velho Vitinho quando ainda ninguém ouvia falar dele...

terça-feira, 14 de maio de 2013

• A voz dos muros - III

Foi um erro. Um erro enorme. Um erro que continuo inexoravelmente a pagar. Com uma latente dor na alma.

É urgente aprender a melhor conjugar o verbo Amar, doravante.

terça-feira, 30 de abril de 2013

• É sempre assim!...

Pois é!... No princípio é tudo muito bonito, um mar de rosas, etc.. Mas a dura realidade mais tarde ou mais cedo vem e bate-nos de frente. E de repente, as mais das vezes...

Isto acontece com os comuns matrimónios, com as simples uniões de facto, com os banais namoricos, com as triviais sociedades por quotas e até com as mais lindinhas das coligações governamentais. Por mais leais e perfeitos que à partida os votos de empenho e dedicação de todas as partes possam ter sido jurados. Quando a chama começa a deixar de brilhar tanto como inicialmente está tudo lixado!

Nada já parece eterno. Nada já mesmo merece aquele investimento total e incondicional que cada ser humano tem dentro de si. Já não há heróis. Já não há causas que valham a pena.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

• Hot Jesus

Finalmente!!! Alguém que salvou, e bem, a honra do convento!…  :-)

Depois da imagem corporativa do homo lusitanus ter sido maltratada e redutoramente empobrecida e enxovalhada por Zezés Camarinhas* da vida e outros quejandos, eis que este menino Diogo Morgado faz ver ao mundo inteiro que Portugal também é um pouco sexy. A península Itálica já não está tão só na frente do pelotão…

Isto é que é um excelente serviço público em prol de uma causa nobre nacional e um sentido de cidadania levada à séria, carago!...

E além do mais, o nosso rapaz tá lançado! Saiu-lhe uma sorte grande... E espero que a todos nós tugas também, por contágio.
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* Nada contra o Zezé!... Afinal, todos temos direito à vida neste mundo dos deuses. Mas eu teria preferido que ele tivesse nascido noutras paragens, bem longe deste meu jardim à beira-mar plantado…

segunda-feira, 1 de abril de 2013

• Poisson d'Avril!… ;-)

Nos tempos que correm, bem duros e de rumos incertos, julgo haver uma tendência latente - quase como uma nova moda política - nos governantes deste mundo para estabelecer súbitas rupturas com o passado. Talvez seja só uma impressão minha, mas…

O facto é que acaba de ser anunciado que a velha tradição do dia das mentiras vai ser abolida.

Foi decretado hoje às primeiras horas desta alvorada em quase todos os parlamentos dos países da União Europeia que a partir do corrente ano, os homens e as mulheres - sobretudo os detentores de cargos públicos - não terão mais de mentir apenas neste dia 1 de Abril.

sábado, 30 de março de 2013

• Bizarre Foods

É provável que seja do conhecimento do cidadão comum português e urbano um programa de TV do canal SIC Radical - e quiçá do Travel Channel, se este ainda existir, que eu não sei; vejo cada vez menos lixo televisivo - assaz curioso que é o "Bizarre Foods".

Andrew Zimmern com um "gooey-duck", um
dos mais bizarros e fálicos moluscos comestíveis
Este é protagonizado pelo chef americano Andrew Zimmern, que um dia se terá obstinado a querer provar de tudo o que pode ser considerado corriqueiro para os nativos de uma dada parte deste mundo mas por outro lado… extremamente estranho, imprevisível, repugnante, inacreditável, nojento, inimaginável, really disgusting e intragável para o monsieur tout le monde do nosso belo mundo - dito - civilizado ocidental. Ah, pois!...

Cá para mim, o que é bizarro não é engolir aquelas nojices que o bom do Andrew mete goela abaixo… porque ao menos ele SABE muito bem o que está a comer.

Bizarro será comer uma coisa e julgar que se está a comer outra! Crendo religiosamente que um rótulo numa qualquer insuspeita embalagem de uma marca de prestígio e renome tão bem alcançados deve ser absolutamente verdadeiro no que diz respeito à lista de ingredientes do produto que contém.

Digam-me lá se os gringos não inventam
marcas mesmo bizarras** para as suas trampas
e de que apetece logo desconfiar...
Depois deste muito recente escândalo* da carne de cavalo a substituir irregularmente a de bovino em lasagnas e outros preparados de comida congelada - que no Canadá há muito tempo começaram a designar-se por TV meals - eu acho que o nosso chef Zimmern devia era ir arrepiar-nos com o que ele iria encontrar na secção de frios dos Continentes, Pingos Doce, Lidl's e IKEA's desta vida! Cá e em qualquer país desta bizarra União Europeia...

A ver se ele não nos faria até o favorzinho de descobrir todas as porcarias que nós ainda não sabemos!...
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* Escândalozinho este que já foi aqui largamente dissecado neste blog. E que rapidamente demais para o meu gosto desapareceu da mira da comunicação social... Vá-se lá saber porquê, não é mesmo, meus queridos concidadãos e leitores?...

** Bizarra é até o mínimo que se pode dizer... Tolas e bimbas serão quiçá termos mais adequados.

quarta-feira, 27 de março de 2013

• E tinha mesmo de ser sempre assim?…

É meu dever recordar os meus queridos leitores que quando vivemos tempos mais difíceis, é costume as cabeças pensantes de serviço dizerem que estamos a cumprir uma... travessia do deserto. 

Então, não nos admiremos se um belo dia destes, por causa desta gentinha, acordarmos e não tivermos chão!...

quinta-feira, 14 de março de 2013

• I have a dream...

Sempre me ensinaram a não desistir dos meus sonhos. 

Por isso, eu VOU ser feliz aqui onde nasci, façam lá o que fizerem Coelhos, Gaspares, Relvas, troikas e outros quejandos. Que não são meus inimigos mas antes vítimas da História. E coitados, não estão quase nada - infelizmente para todos nós, a arraia miúda de Fernão Lopes - à altura desta. No hard feelings, folks!...

Vou resistir! Não me vão quebrar! Nem estes nem os outros senhores que por trás deles se escondem mas que tudo controlam. 

sábado, 9 de março de 2013

• A carne é fraca!...

E assim, sem mais de repente houve esta bolha que rebentou. Andámos todos a comer uma coisa pensando que comiamos outra.

Primeiro, foi num supermercado no Reino Unido. Numa dada marca de comida congelada, a Findus, que até é (era) conceituada e aparentemente digna de confiança, foi descoberto que na lasagna, que era suposto ser feita com carne de bovino, havia em vez disso carne de cavalo. Que os britânicos não soem consumir. Nem apreciar lá muito que qualquer povo tenha esse costume bárbaro de ser capaz de devorar um bicho tão kiduxo como o Jolly Jumper*.

Depois, a coisa alastrou-se. Não era só numa cadeia de distribuição alimentar, nem numa só marca. Nem só em lasanhas, mas também em almôndegas (sobretudo suecas, dessa big global corporation que é o IKEA, que vergonha!…), hamburgers e toda uma gama de produtos processados em que a carne de bovino é o ingrediente principal.

Aqui no meu país, onde a carne de cavalo sempre foi consumida, embora não largamente, chegou-se a suspeitar que até os talhos mais pequenos de bairro falsificassem deste mesmo modo a carne picada de bovino vendida a granel, previamente embalada. Mas creio que isso não deu em nada. 

Parece então que esta fedorenta marosca existiu apenas ou sobretudo em alguns - vários de mais, para o meu gosto - fabricantes maiores de comida congelada deste ocidente europeu, que se iam abastecer de matéria-prima - a bela da chicha de vaquinha - principalmente na Roménia. Terreno fértil para os maiores falcatrueiros da U.E., União Europeia, ao qual a antiga Dácia se juntou, recentemente. Refiro-me aos patrões da indústria alimentar em França. Que foram contaminar os romenos com lições de capitalismo selvagem. Estes gajos, se não nos cuidamos, ainda ficam melhores que nós um dia…

Cadeias de fast food como a McDonald's estão a passar incólumes no meio desta escandaleira. Vá-se lá saber porquê, questionou-me eu... 

Mas o que mais me faz coçar a cabeça são perguntas não colocadas pelos media que vomitaram esta história toda**. Tais como:
  • Como foi possível esta merda tão grosseira ter acontecido a esta escala? É que se tivesse sido apenas um fabricante… Mas não. Foram montes deles!…
  • Mas então ninguém andava a fiscalizar estes ordinários destes cabrões, que não têm outro nome?… Quer dizer, até podemos andar a comer carne de ratazanas, que ninguém vigia?…
  • Como é que eu posso ter novamente confiança que um rótulo num qualquer produto alimentar diz realmente a verdade sobre a sua composição?…
  • Como é que os cérebros na origem desta tramóia toda acreditaram um dia talvez que isto nunca seria descoberto?
  • Porque será que eu acho que toda a gente - e sublinho TODA - neste métier, os fabricantes de comida congelada - os mais e os menos desonestos, que não há ninguém inocente, concerteza - deveriam saber bem desta porcaria - ou melhor dito, cavalaria ou cavalgadurice - que nos andavam a fazer?... Até me atrapalhei todo a redigir esta pergunta...
  • Porque será que este segredo bem guardado passou a ser de polichinelo? Porquê agora, e de repente? E há quanto tempo esta droga durava?… 
E agora a pergunta de um milhão de dólares é:
  • De que raio de trampa ainda pior é que esta história toda nos quer distrair???… E quem é que puxa os cordelinhos de toda a gente? Hein?...
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* Que, para quem não sabe, é o cavalo de Lucky Luke. O quê, também não sabeis quem é o famoso lonesome cowboy da banda desenhada???… Mas p'ra que raio querem vocês ter net?… Ide ao Google, carago!  

** Compadres leitores deste blog… vocês não têm tantas vezes a mesma sensação de que este escriba que eu sou é possuído que os jornalistas - genericamente falando desta classe profissional - são uns toscos e não sabem pôr as questões mais pertinentes?…

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

• O Banqueiro Anarquista, mas ao contrário

Se há coisa a que eu tenha por vezes de obedecer mas que abomino é o comunmente denominado politicamente correcto!…

Daí que aprecie e aplauda quem tem a coragem de romper com esse tipo de discurso público limpinho. Porque é de facto preciso tê-los no sítio para abrir a boca e cuspir cá p'ra fora o que nos vai lá bem no fundo do nosso incensurável subconsciente.

É coisa que, por exemplo, um primeiro-ministro não pode nunca fazer, de maneira nenhuma. Jamé! Jamé!… Mas graças aos céus para este primeiro que nós temos hoje - o meu querido* Pierre Pas Lapin - que há quem interprete o seu pensamento ideológico profundo e o traduza, para o povo entender bem o que nos vai ainda mais cair em cima da cabeça. E não nos podermos queixar de não ter sido avisados...

É óbvio que me refiro ao singelo banqueiro Fernando Ulrich, um bravo "bullshit-free" man, como há poucos entre os seus pares...

Este senhor defende que não pode ver absolutamente afastado do seu horizonte a uma distância de p'rái uma década a probabilidade de vir a transitar do bom do quentinho do ar condicionado da sala de reuniões do conselho de administração da sua insigne instituição bancária, o BPI, para uma cama feita de caixotes de cartão, prostrada no lageado duma rua gelada e sombria.

Eu acho que isto pode dar-nos a todos uma ideia bem aproximada do que o Nando alemão - como viria, quiçá, o nosso homem a passar a ser mais conhecido, na vicissitude de ter de vir a aguentar como um sem-abrigo - pensa mesmo REALMENTE acerca da solidez do banco que lhe paga o seu bem merecido vencimento…

Como já se disse, é preciso coragem! É que tanta franqueza, de tão crua que é, deve dar alguma azia aos accionistas do frágil Banco Português de Investimentos. E julgo frágil devido à sua qualidade de ser português, logo… investimentos, na actual conjuntura, zero!

Mas bem… é mister que esta voz não se cale, ao contrário do que vociferam por aí à toa algumas púdicas divas comentadoras da nossa realidade politico-socio-económica. Ingénuas que são, estas parvas! Ignoram toscamente que é sempre necessário panem et circensis. E sobretudo ouvirmos a verdade…

Bom, mas isso agora não interessa nada, como diz a Tété. Vamos lá é a deitar mãos á obra, a ser criativos e a reconverter aqueles inúteis produtos bancários que são os PPR (Planos Poupança-Reforma) em algo bem mais urgentemente necessário: os PPDFSOPS-A (Planos Populares de Desvio de Fundos para Sociedades Offshore para a Prevenção do Sem-Abriguismo).
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* Sem ironia! Acho mesmo o nosso Coelhinho bué da fofo e kiduxo. E até tem a vantagem de que não deve dar trabalho mesmo nenhum a quem tem a missão de lhe puxar os cordelinhos!…

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

• Eu vivo num mundo que...

Eu vivo num mundo que se está a desmoronar como se fosse um castelo construído na areia por uma criança num bucólico fim de tarde de praia das férias escolares de verão.

Um sintoma disto é o facto de a humanidade continuar, como desde sempre, a crescer em população a nível mundial, ao mesmo tempo em que começamos todos a ser em número excedentários para os requisitos actuais de toda a actividade económica em termos globais.

O crescimento económico à escala mundial, agora que o gigante chinês acordou e está como um lateiro a absorver para si quase toda a responsabilidade da produção dos bens de consumo que todos queremos comprar, atinge nesta época cinzentona um ponto de saturação mais do que chato!...

Já não há mais nenhuma nação nesta Terra onde o consumo possa vir a crescer de um modo significativo e repentino, como o foi na China. E em quase todos os países do mundo ocidental, o consumo está a entrar numa curva descendente. Ou seja, o combustível desse crescimento económico que tinhamos vindo a viver numa boa até agora está a esgotar-se…

Este ponto de saturação da economia mundial cria um ciclo vicioso difícil ou quiçá impossível de se escapar. Crescimento do consumo mundial a desacelerar gera menos necessidade de postos de trabalho. E os postos de trabalho necessários a reduzirem-se em número gera por sua vez mais retracção do consumo. E não saimos disto!…

Os nossos queridos líderes políticos mundiais não nos querem alarmar muito. Mas deverão estar a dormir bastante mal à noite if they really do care about all of us. E lá vão deixando escapar umas dicas que nos deveriam fazer reflectir. Mas nós também estamos todos demasiado dormentes!…

Não sei se alguém reparou mas Barack Obama, no seu discurso inaugural que leu tão bem nesta recente tomada de posse do segundo mandato presidencial seu, a páginas tantas lá foi soltando que (sic) "a América tem doravante de se empenhar cumó caraças em criar reais oportunidades de desenvolvimento económico interno que impeçam que muitos dos seus quadros mais qualificados tenham de procurá-las fora do seu país".

Isto fez-me lembrar, a uma escala bem menor, o bom do nosso Pierre Pas Lapin a sugerir há uns tempos idos a uma cambada dos seus conterrâneos tugas - nomeadamente, aos coitaditos dos prof's sem colocação - que existiriam oportunidades para eles aqui escassas mas ainda bastantes por explorar em outros países lusófonos… Tipo Angola, sei lá!... Ou noutras mais francas palavras, vejam se se safam lá fora, carago, qu'eu acho que não vou dar conta do recado cá dentro, okay? Tão a topar o que eu quero dizer, certo?…

O que o nosso Pedrito sussurou é basicamente o mesmo que o presidente americano proclamou. Só que dizer uma coisa destas no caso do Barack toma umas proporções completamente diferentes!… E creio que ainda não vi ninguém levantar esta lebre que eu estou p'ráqui a vos alertar, ó gentes!…

A O.I.T., Organização Internacional do Trabalho, ou na língua dos gringos, a I.L.O., International Labour Organization, anunciou umas previsões suas, também nesta semana tão gira, em que estima que o desemprego a nível mundial vai aumentar brutalmente este ano, em relação ao passado 2012, e assim continuará até pelo menos 2017. E sabemo-lo até este próximo ano de 2017 se calhar tão-só porque não se atrevem a esticar mais os seus cálculos. Ou não querem pintar o quadro mais negro ainda.

Mais uma vez, poucos ou nenhuns deram importância a estas miudezas! Mas para isso cá estou eu. Já que não podemos contar com as diferentes oposições nacionais e democraticamente eleitas dos paizecos em que vivemos. Que parece que pararam no tempo e deixaram o seu discurso público oficial cristalizar.

E que, é claro, de toscas que são conduziram-nos ao nosso status quo actual. Oito séculos de História para acabarmos nas mãozinhas duma trampa amorfa chamada Troika!… Que mais se assemelha a um saco de gatos em que ninguém se entende. Ou cuja desorientação e sentido estratégico lembram um grupo quase exclusivamente de homens pouco sagazes que se entrega a uma orgia num quarto escuro numa discoteca escabrosa dum qualquer bairro da luz vermelha.