sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

• O Banqueiro Anarquista, mas ao contrário

Se há coisa a que eu tenha por vezes de obedecer mas que abomino é o comunmente denominado politicamente correcto!…

Daí que aprecie e aplauda quem tem a coragem de romper com esse tipo de discurso público limpinho. Porque é de facto preciso tê-los no sítio para abrir a boca e cuspir cá p'ra fora o que nos vai lá bem no fundo do nosso incensurável subconsciente.

É coisa que, por exemplo, um primeiro-ministro não pode nunca fazer, de maneira nenhuma. Jamé! Jamé!… Mas graças aos céus para este primeiro que nós temos hoje - o meu querido* Pierre Pas Lapin - que há quem interprete o seu pensamento ideológico profundo e o traduza, para o povo entender bem o que nos vai ainda mais cair em cima da cabeça. E não nos podermos queixar de não ter sido avisados...

É óbvio que me refiro ao singelo banqueiro Fernando Ulrich, um bravo "bullshit-free" man, como há poucos entre os seus pares...

Este senhor defende que não pode ver absolutamente afastado do seu horizonte a uma distância de p'rái uma década a probabilidade de vir a transitar do bom do quentinho do ar condicionado da sala de reuniões do conselho de administração da sua insigne instituição bancária, o BPI, para uma cama feita de caixotes de cartão, prostrada no lageado duma rua gelada e sombria.

Eu acho que isto pode dar-nos a todos uma ideia bem aproximada do que o Nando alemão - como viria, quiçá, o nosso homem a passar a ser mais conhecido, na vicissitude de ter de vir a aguentar como um sem-abrigo - pensa mesmo REALMENTE acerca da solidez do banco que lhe paga o seu bem merecido vencimento…

Como já se disse, é preciso coragem! É que tanta franqueza, de tão crua que é, deve dar alguma azia aos accionistas do frágil Banco Português de Investimentos. E julgo frágil devido à sua qualidade de ser português, logo… investimentos, na actual conjuntura, zero!

Mas bem… é mister que esta voz não se cale, ao contrário do que vociferam por aí à toa algumas púdicas divas comentadoras da nossa realidade politico-socio-económica. Ingénuas que são, estas parvas! Ignoram toscamente que é sempre necessário panem et circensis. E sobretudo ouvirmos a verdade…

Bom, mas isso agora não interessa nada, como diz a Tété. Vamos lá é a deitar mãos á obra, a ser criativos e a reconverter aqueles inúteis produtos bancários que são os PPR (Planos Poupança-Reforma) em algo bem mais urgentemente necessário: os PPDFSOPS-A (Planos Populares de Desvio de Fundos para Sociedades Offshore para a Prevenção do Sem-Abriguismo).
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* Sem ironia! Acho mesmo o nosso Coelhinho bué da fofo e kiduxo. E até tem a vantagem de que não deve dar trabalho mesmo nenhum a quem tem a missão de lhe puxar os cordelinhos!…