sábado, 30 de março de 2013

• Bizarre Foods

É provável que seja do conhecimento do cidadão comum português e urbano um programa de TV do canal SIC Radical - e quiçá do Travel Channel, se este ainda existir, que eu não sei; vejo cada vez menos lixo televisivo - assaz curioso que é o "Bizarre Foods".

Andrew Zimmern com um "gooey-duck", um
dos mais bizarros e fálicos moluscos comestíveis
Este é protagonizado pelo chef americano Andrew Zimmern, que um dia se terá obstinado a querer provar de tudo o que pode ser considerado corriqueiro para os nativos de uma dada parte deste mundo mas por outro lado… extremamente estranho, imprevisível, repugnante, inacreditável, nojento, inimaginável, really disgusting e intragável para o monsieur tout le monde do nosso belo mundo - dito - civilizado ocidental. Ah, pois!...

Cá para mim, o que é bizarro não é engolir aquelas nojices que o bom do Andrew mete goela abaixo… porque ao menos ele SABE muito bem o que está a comer.

Bizarro será comer uma coisa e julgar que se está a comer outra! Crendo religiosamente que um rótulo numa qualquer insuspeita embalagem de uma marca de prestígio e renome tão bem alcançados deve ser absolutamente verdadeiro no que diz respeito à lista de ingredientes do produto que contém.

Digam-me lá se os gringos não inventam
marcas mesmo bizarras** para as suas trampas
e de que apetece logo desconfiar...
Depois deste muito recente escândalo* da carne de cavalo a substituir irregularmente a de bovino em lasagnas e outros preparados de comida congelada - que no Canadá há muito tempo começaram a designar-se por TV meals - eu acho que o nosso chef Zimmern devia era ir arrepiar-nos com o que ele iria encontrar na secção de frios dos Continentes, Pingos Doce, Lidl's e IKEA's desta vida! Cá e em qualquer país desta bizarra União Europeia...

A ver se ele não nos faria até o favorzinho de descobrir todas as porcarias que nós ainda não sabemos!...
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* Escândalozinho este que já foi aqui largamente dissecado neste blog. E que rapidamente demais para o meu gosto desapareceu da mira da comunicação social... Vá-se lá saber porquê, não é mesmo, meus queridos concidadãos e leitores?...

** Bizarra é até o mínimo que se pode dizer... Tolas e bimbas serão quiçá termos mais adequados.

quarta-feira, 27 de março de 2013

• E tinha mesmo de ser sempre assim?…

É meu dever recordar os meus queridos leitores que quando vivemos tempos mais difíceis, é costume as cabeças pensantes de serviço dizerem que estamos a cumprir uma... travessia do deserto. 

Então, não nos admiremos se um belo dia destes, por causa desta gentinha, acordarmos e não tivermos chão!...

quinta-feira, 14 de março de 2013

• I have a dream...

Sempre me ensinaram a não desistir dos meus sonhos. 

Por isso, eu VOU ser feliz aqui onde nasci, façam lá o que fizerem Coelhos, Gaspares, Relvas, troikas e outros quejandos. Que não são meus inimigos mas antes vítimas da História. E coitados, não estão quase nada - infelizmente para todos nós, a arraia miúda de Fernão Lopes - à altura desta. No hard feelings, folks!...

Vou resistir! Não me vão quebrar! Nem estes nem os outros senhores que por trás deles se escondem mas que tudo controlam. 

sábado, 9 de março de 2013

• A carne é fraca!...

E assim, sem mais de repente houve esta bolha que rebentou. Andámos todos a comer uma coisa pensando que comiamos outra.

Primeiro, foi num supermercado no Reino Unido. Numa dada marca de comida congelada, a Findus, que até é (era) conceituada e aparentemente digna de confiança, foi descoberto que na lasagna, que era suposto ser feita com carne de bovino, havia em vez disso carne de cavalo. Que os britânicos não soem consumir. Nem apreciar lá muito que qualquer povo tenha esse costume bárbaro de ser capaz de devorar um bicho tão kiduxo como o Jolly Jumper*.

Depois, a coisa alastrou-se. Não era só numa cadeia de distribuição alimentar, nem numa só marca. Nem só em lasanhas, mas também em almôndegas (sobretudo suecas, dessa big global corporation que é o IKEA, que vergonha!…), hamburgers e toda uma gama de produtos processados em que a carne de bovino é o ingrediente principal.

Aqui no meu país, onde a carne de cavalo sempre foi consumida, embora não largamente, chegou-se a suspeitar que até os talhos mais pequenos de bairro falsificassem deste mesmo modo a carne picada de bovino vendida a granel, previamente embalada. Mas creio que isso não deu em nada. 

Parece então que esta fedorenta marosca existiu apenas ou sobretudo em alguns - vários de mais, para o meu gosto - fabricantes maiores de comida congelada deste ocidente europeu, que se iam abastecer de matéria-prima - a bela da chicha de vaquinha - principalmente na Roménia. Terreno fértil para os maiores falcatrueiros da U.E., União Europeia, ao qual a antiga Dácia se juntou, recentemente. Refiro-me aos patrões da indústria alimentar em França. Que foram contaminar os romenos com lições de capitalismo selvagem. Estes gajos, se não nos cuidamos, ainda ficam melhores que nós um dia…

Cadeias de fast food como a McDonald's estão a passar incólumes no meio desta escandaleira. Vá-se lá saber porquê, questionou-me eu... 

Mas o que mais me faz coçar a cabeça são perguntas não colocadas pelos media que vomitaram esta história toda**. Tais como:
  • Como foi possível esta merda tão grosseira ter acontecido a esta escala? É que se tivesse sido apenas um fabricante… Mas não. Foram montes deles!…
  • Mas então ninguém andava a fiscalizar estes ordinários destes cabrões, que não têm outro nome?… Quer dizer, até podemos andar a comer carne de ratazanas, que ninguém vigia?…
  • Como é que eu posso ter novamente confiança que um rótulo num qualquer produto alimentar diz realmente a verdade sobre a sua composição?…
  • Como é que os cérebros na origem desta tramóia toda acreditaram um dia talvez que isto nunca seria descoberto?
  • Porque será que eu acho que toda a gente - e sublinho TODA - neste métier, os fabricantes de comida congelada - os mais e os menos desonestos, que não há ninguém inocente, concerteza - deveriam saber bem desta porcaria - ou melhor dito, cavalaria ou cavalgadurice - que nos andavam a fazer?... Até me atrapalhei todo a redigir esta pergunta...
  • Porque será que este segredo bem guardado passou a ser de polichinelo? Porquê agora, e de repente? E há quanto tempo esta droga durava?… 
E agora a pergunta de um milhão de dólares é:
  • De que raio de trampa ainda pior é que esta história toda nos quer distrair???… E quem é que puxa os cordelinhos de toda a gente? Hein?...
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* Que, para quem não sabe, é o cavalo de Lucky Luke. O quê, também não sabeis quem é o famoso lonesome cowboy da banda desenhada???… Mas p'ra que raio querem vocês ter net?… Ide ao Google, carago!  

** Compadres leitores deste blog… vocês não têm tantas vezes a mesma sensação de que este escriba que eu sou é possuído que os jornalistas - genericamente falando desta classe profissional - são uns toscos e não sabem pôr as questões mais pertinentes?…