segunda-feira, 21 de julho de 2014

• Já nada de nada serve...

…Ou por outras palavras, desta feita na língua de Camões, o que Beatrice Webb (1858–1943) nos quis dizer foi: “De nada serve salvar uma nação cuja classe trabalhadora foi deteriorada”.

E nós estamos a deixar que isso aconteça!… Na ânsia de governos apresentarem uns aos outros na União Europeia números cada vez mais bonitinhos nas finanças públicas próprias de cada um, estamos a descurar aquilo que é inquantificável.

Andámos a fechar os olhos à destruição de empregos a dar com um pau. Enviámos para a inactividade - tantas vezes prolongada por demais - milhões de europeus, alguns dos mais qualificados de entre nós. Não deixamos muitas esperanças a quem está a entrar neste momento no mercado de trabalho. Criámos desmotivações e desinteresses mil nos que ainda se vão mantendo activos.

Valerá a pena andarmos a trabalhar uma vida inteira como mouros para depois vermos assim desmoronar-se tanta instituição ou empresa sólida - supostamente, é bem de ver... - com tanta facilidade e em tão pouco tempo, como o em que vem perdurando esta estúpida moda política da austeridade?…

E se isto tudo passar um dia, se eventualmente passar, a quem vamos pedir para arregaçar as mangas e reconstruir a nossa economia? Onde vamos desenterrar essas energias?

Eu já não sei o que eu quero fazer do resto da minha vida profissional activa. Mas alguma coisa terei de fazer, claro, para sobreviver. Agora, nunca mais darei o litro. Nunca mais trabalharei por gosto, presumo. E isso assusta-me.

Vai ser preciso um milagre. Um milagre dos grandes. Enorme, do tamanho do universo. Maior do que a estupidez - predita por Albert Einstein - que vem grassando na classe política europeia.

Um dia ainda relatarei aqui neste blog as minhas aventuras de sobrevivência ao governo de Pedro Passos Coelho e à sua infernal máquina do estado, que tanta terra queimada tem deixado por aí…