sábado, 31 de julho de 2010

• Chega!...

Paulo Portas este último mês abusou da leviandade.

Será que o homem não tem nenhum conselheiro de jeito?...

Primeiro foi aquela coisa de dizer ao "Socras" que contigo não brinco. Afirmar que o país precisa de um governo com ideais mais abrangentes, de outras correntes de pensamento político para além do PS sózinho. De defender uma coligação de "salvação nacional" PS-PSD-PP. Mas sem o "Socras"!!! Que com ele não jogo ao berlinde. 

Mas será que Paulo Portas não julgou uma vez pelo menos que esta proposta só poderia ter um único efeito, o de o cobrir de ridículo? Isto é um país. Não é a associação de estudantes do ISCTE.

A seguir foi aquela laracha em que referiu que o optimismo de José Sócrates ainda o levaria a proclamar aos portugueses que Portugal ganhou o campeonato do mundo de futebol. Fez questão de cavalgar a onda de descontentamento do zé-povinho sobre a campanha da selecção nacional na África do Sul para tirar daí sórdidos dividendos.

Eu teria preferido que se deixasse de usar em debates políticos estas imagens alusivas ao desporto. Estas duas realidades não têm nada de se misturar entre si. Mas já que falaram nisto, eu acho que Portugal até ganhou o seu campeonato do mundo. Só perdeu para o campeão predestinado, a Espanha. E fez boas exibições, as possiveis ao alcance dos nossos seleccionados e responsáveis técnicos. Reafirmo: Portugal ganhou o "seu" campeonato, tal como o fizeram, por exemplo, outros como o Paraguai, o Uruguai, o Gana, os Estados Unidos, o Japão e a Holanda. Superaram concerteza as suas expectativas iniciais e sobretudo não deslustraram. Não fizeram feio como França, Itália e Inglaterra.

Mais adiante, ouvimos Paulo Portas jurar que José Sócrates está para a política social como a vuvuzela está para a música clássica. Outra vez questão de explorar o descontentamento popular, tipica e simultaneamente bacoco e tuga, em relação a novidades ou modernices estrangeiras. Eu creio piamente que quem embirra com vuvuzelas está a ficar velho. E do Restelo.

Mas para além disso, e essencialmente, o que interessa aqui é realçar que quem está agora a elevar a voz em defesa dos pobres reformados - coitados, deves estar mesmo muito preocupado com estes, Paulo... - que têm cada vez menos dinheiro para gastar é a mesma pessoa que gritava contra o Rendimento Social de Inserção, esss suposta perversão inventada pelos socialistas que só serve para sustentar calões. À razão de um pouco mais de 100 euricos por mês para famílias inteiras, acho difícil, mas enfim...

Assim sendo, vou inventar agora uma "boca" gira, tais como as que o Paulo tão bem produz: Paulo Portas está para a demagogia tal como a concertina está para a música pimba. Não há um sem o outro.

Por último, cada vez que há uma medida tomada pelo governo que agrade à maioria do povo português, Paulo Portas não pode deixar escapar a ocasião de referir que essa mesma medida carece de melhorias, tendo estas sido apenas visionadas pelo PP, pois que o partido do governo terá falta de visão.

A insensatez de impedir que o povo possa comprar grades de "mines" no Continente aos domigos à tardinha vai acabar. Portas quis lembrar que o relevante era obrigar as grandes superfícies a pagarem mais lestamente aos pequenos agricultores seus fornecedores. 

A realidade é que nem Portas estará assim tão a perder o seu soninho com as crises dos pequenos agricultores nem estes serão fornecedores directos das grandes superfícies mázinhas. Esse papel caberá a grandes cooperativas agrícolas ou aos grandes intermediários deste mercado de bens alimentares.

Ghega, Paulo! Eu estou-te a ver! Porta-te bem, Portas, qu'eu tou-te a ver!

Este aviso é válido e extensivo também às restantes figuras públicas constantes no top 50 do ranking nacional da demagogia militante.