quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

• Uma pub fofinha

Há uns largos dias, estava eu deambulando pelas ruas da minha cidade de Odivelas e eis senão quando deparei com este MUPI, aqui mostrado ao lado.

Tendo já vivido uma carreira profissional na indústria do advertising e presumidamente possuindo um sentido crítico educado no seio do ambiente criativo da dita “agência de publicidade mais criativa do mundo”, a Saatchi & Saatchi, no seu há muito extinto bureau local de Lisboa, blá, blá, blá, Whiskas jaquetas, etc, etc… Tenho a dizer o seguinte: raras vezes me foi dado ver uma campanha publicitária na área social tão bem bolada. 

Tão singela e genial a sua criatividade. Tão simples e directa, tão bem straight to the point. Com layouts tão perfeitos e elegantes. Tão surpreendente e a priori supostamente eficaz na mensagem a emitir. Terrificamente eficaz, direi mesmo eu! A julgar pelo impacto inicial que me causou, assim de chofre.

E depois, ainda por cima, com um daqueles castings extremamente bem conseguido!… As três raparigas que posam nesta foto de grupo são todas elas umas fofinhas. Lindíssimas, assim em trio. 

A bela da punchlineEla é lésbica e estamos bem com isso.” então é maravilhosamente simples! E não nos diz quem é das três meninas que será aquela que tem uma sexualidade dita alternativa. Pode-se presumir que será a do meio. Mas pouco importa.

Porque justamente todas elas vivem bem com o que se nos afigura assim como um facto absolutamente inquestionável. E em que até somos levados  a crer como seria possível ser diferente. De tudo tão normal nos parecer. Como nunca devia deixar de ser visto assim mesmo. Nunca. Jamais.

Eu nunca tive, que eu saiba, uma amiga que se dissesse, de uma forma franca, ser lésbica ou bissexual. E tenho pena. Porque estou convicto que poderia ter com alguém que tivesse essa orientação sexual uma troca extremamente enriquecedora para ambas as partes. Uma sublime oportunidade duma win-win situation.

E nem quero saber se dizer isto pode parecer patético, vindo de um canastrão. A porra é que… Bolas, não há mesmo maneira de eu me sentir um canastrão! Não com a cuca que eu tenho, ainda ou apesar das minhas quase cinco décadas e meia. 

Esta campanha publicitária é da responsabilidade da rede ex-aequo. Parabéns a esta organização. A julgar por esta iniciativa, a sua missão será atingida com bastante sucesso.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

• Suis-je Charlie?...

"The moment you limit free speech it's no longer free speech"
 - Salman Rushdie

Finalmente, alguém disse tudo! E de uma forma clara como água.

Rushdie proclamou estas palavras hoje*, mais de uma semana depois da acção infeliz e estúpida de três ou quatro doidos** extremistas islâmicos que ceifou várias vidas cobardemente na redacção da revista satírica-humorística parisiense Charlie Hebdo… E as vozes a criticarem a postura de vida dos colaboradores desta revista que foram assassinados continuam a zumbir de uma forma ensurdecedora.

Para sintetizar o tom geral dessas críticas, pouco iluminadas a meu ver, vou citar o que disse no facebook um cidadão brasileiro, que presumo ser um bom católico: 

“Brincar com a fé das pessoas é piada de mal gosto. Todo mundo sabe que o Islã possui grupos radicais que estão dispostos a matar em nome de Alá. Os cartunistas foram avisados. É sempre lamentável falar da morte de alguém, mas foi uma morte anunciada. Sinto muito pelos inocentes, mas não se pode brincar com a fé das pessoas e achar que não haverá consequências.”

Quanto a mim, é absurdo o que se diz neste comentário. É evidente e bem sabido que nunca ninguém achou no Charlie Hebdo que não havia consequências. Todos eles nesta revista sofriam e os que restam vivos continuam a sofrer consequências dos seus actos. Porque eles viviam e vivem com um medo permanente. 

Medo dos muçulmanos, dos cristãos, dos judeus, dos políticos e de todos a quem eles incomodavam ou obrigavam as consciências a questionar-se. E sobretudo, claro, dos extremistas e obscurantistas de todas as cores e religiões. 

Estes humoristas não eram ingénuos, como os que os criticam querem supor. E para falarmos apenas de ameaças veladas em telefonemas anónimos, devem ter havido aos milhares por dia, ao longo de toda a existência do Charlie Hebdo. Mas esse medo não lhes terá feito dobrar a espinha dorsal.

Custou a vida a alguns deles mas morreram sem prostituírem os seus ideais face a quem eles criticavam. E já agora, temos de convir que o extremismo islâmico - ou o de toda outra qualquer fé religiosa - tem de ser criticado. E denunciado. Não pode ser uma coisa intocável. Senão alastra. Por causa dos dois infinitamente grandes de Einstein. 

Eu não seria capaz de ser tão mordaz quanto os cartoonistas do Charlie. E mesmo rasca como sou, também posso muito bem questionar o bom ou mau gosto das suas charges. Mas isso é o meu conceito pessoal de bom gosto. E cada um tem o seu. Mas isso não está nada em causa nesta querela pública.

O que essencialmente está em causa é que os nossos conceitos pessoais de bom gosto não devem ser os limites a impôr à liberdade de expressão! Primeiro, porque cada um tem os seus. E será difícil haver consensos universais acerca disso. Segundo, porque é perigoso sequer pensar em definir limites à liberdade de expressão! Não se sabe onde se vai parar com isso.

Eu não sou capaz de ser Charlie porque não iria tão longe quanto esta revista foi e vai continuar a ir com as suas farpas. E ainda menos teria a coragem destes cartoonistas. Aqueles que morreram vão fazer falta a este mundo. E por causa dessa falta que eles farão é que, por outro lado, je suis Charlie.

Outro cidadão brasileiro retorquiu a esta minha tomada de posição com isto, a seguir:

“Eles não brincaram apenas com as religiões, eles brincaram com suas vidas e com as vidas das pessoas que não tinham nada com o assunto. Muita gente morreu e pelas reações, muita gente ainda vai morrer. Valeu a pena????”

E eu concordei com este outro cidadão. Ele tem razão. Muita gente ainda vai morrer até que o obscurantismo tenha um fim, se alguém vez tiver. Se vale a pena estas mortes? Eu estou aqui pensando que nem a morte de Cristo na cruz deve ter valido a pena. 

A humanidade ainda não se emendou e nem foi salva como Jesus, o nosso salvador, aquele que por nós morreu queria. Afinal, continuamos nos destruindo uns aos outros.

E os caras do Charlie Hebdo não brincavam mas antes alertavam com sua sátira para essa insana auto-destruição e para a irracionalidade dos fanatismos religiosos. E não só mas também de algumas políticas hoje seguidas na sua França, na União Europeia e no mundo ocidental, dito civilizado. E para rematar este assunto, vou citar mais uma vez uma mente brilhante, tal como tão bem comecei. 

"Love is wise; hatred is foolish. In this world, which is getting more and more closely interconnected, we have to learn to tolerate each other, we have to learn to put up with the fact that some people say things that we don't like. We can only live together in that way. But if we are to live together, and not die together, we must learn a kind of charity and a kind of tolerance, which is absolutely vital to the continuation of human life on this planet.”
 - Bertrand Russell

Isto traduzido para um cartoon charliehebdomaníano, dá na capa que está ali um pouco acima…
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* Para ver um video com um excerto duma conferência em que Rushdie proclamou as palavras no topo deste post, clicar aqui.

** Digo doidos, porque antes de extremistas, estes tipos que executaram esta acção de represália contra o Charlie Hebdo são simplesmente uns insanos a quem o fascínio de deter uma arma de fogo e o poder de argumentação que esta lhes confere subiu à cabeça. Como acontece de uma maneira geral aos pobres de espírito.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

• ¿#@%=&)!*?…

Inda no princípio deste mês estava no bem bom, a gozar até dizer chega do belo do sol algarvio… E agora que voltei para Olissipo, em boa verdade vos digo, ó leitores deste blog…

Que merda de vida que as pessoas aqui 
na capital levam, senhores!!!…  :-(

Não se tem noção disso a não ser quando nos ausentamos daqui por um longo período. Porque infelizmente andamos todos a dormir, os que vivemos na região da grande Lisboa. E habituámo-nos a este estéril rame-rame.

Então a passear ao domingo á tardinha por um qualquer desses centros comerciais mais grandinhos e popularuchos de Lisboa ou sobretudo dos arrabaldes - situação a que me vi forçado para servir de companhia à minha filhota - é que a realidade me bateu uma vez mais de frente, se preciso fosse até. Tanta gente com vidinhas tão vazias…

Vidas que talvez tenha sido, digo eu, a situação política, económica e social do nosso país - e do actual mundo globalizado - que reduziu a uma expressão minimalista de felicidade q.b.. Reflectida nos rostos dos transeuntes da rua, desta rua esmorecida e de todas as ruas da cidade grande. Que vive e pulsa para gerar riqueza e mais riqueza, sem parança. E não para essa tal coisa da felicidade. 

Mas com isto tudo, eu cá não me posso mesmo queixar da minha própria vidinha. Nadica de nada… Eu sei que isto é uma atitude assaz redutora e egoísta, mas bom... por hoje - só por hoje, mesmo - quero lá bem saber.

sábado, 18 de outubro de 2014

• Anestesiado

É como me sinto. Anestesiado. Alheado da realidade. Da mais ou menos absurda conjuntura socio-económica e política que a todos nos condiciona.

E porquê?… Porque estou num retiro - podemos afirmar que espiritual - no Algarve. Na fronteira entre a agora nesta época pacata vila de Armação de Pêra e a mui aprazível freguesia de Porches. Alojado numa unidade hoteleira que se gaba de ser a melhor do pedaço. Não é difícil tal façanha…

Tecnicamente, pode-se chamar ao que eu faço quotidianamente trabalho. Afinal, estou a vender várias horas do meu dia ao serviço deste boutique hotel. E sou pago por esse facto.

Mas quereis saber o que eu faço, na verdade?… Brinco. Todo o santo dia. É isso. Brinco.

Brinco com seres humanos de todas as idades. Desde um aninho de idade até pacatos anciãos. Vá lá, também tenho de olhar pelos mais pequenitos. Tenho de ser um paizinho para estes. E com os adultos tenho de ser um companheiro para jogos e passeios. Enfim, passo os dias a ser um gajo porreiro para a malta toda.

E a malta toda a que me refiro são, claro, os hóspedes do hotel. Um grupo aleatório de pessoas das mais diversas nações europeias emissoras de hordas de turistas. Predominantemente britânicos, é certo. Mas também alemães, franceses, russos, belgas, polacos e etc..

Unidos num estado de espírito comum à quase unanimidade deles: não lhes apetece fazer a ponta dum corno. Apenas gozar os dias prazeirosos de fim de época alta, que muitas vezes é este Algarve a melhor região de Portugal continental a poder proporcionar-lhes tal glorioso desiderato.

Não estou a comungar com eles no dolce far niente porque não posso. Afinal, era o que mais faltava se eu ainda fosse pago para me deitar o dia inteiro numa espreguiçadeira á beira duma piscina!… Tenho de me mexer uma beka. Mas não custa absolutamente nada aquilo que faço. Acho mesmo que descobri o melhor emprego do mundo. E que eu poderei transformar em melhor ainda. Existe aqui uma margem de progressão bem catita.

E imerso neste ambiente social, e gozando este belo deste solzinho sulista, e olhando esta marzão tão azul, escuto por vezes ecos longínquos vindos da caixa que mudou o mundo. Que me lembram que ainda existem chatices tipo o Novo Banco, cheias na Baixa, broncas sobre colocações de profs nas escolas, as próprias escolas e a reforma do IRS. E pessoas que se atarefam com essas merdas na capital. Pobres coitados!… 

Quer-me parecer que o segredo da felicidade é cagar lá de bem alto em cima dessas porcarias todas. Como fazem por cá as filhas da mãe das gaivotas aos lisboetas stressadinhos como moi, quando as deixamos um tudo-nada marafadas com as nossas manias.

Deviam era de virem-se embora todos para o sul, ó alfacinhas! Que eu já fiz um intervalo para ir até Olissipo e não descansei enquanto não rumei de volta para aqui. Mas isso sou eu, que posso gabar-me de ser um cidadão livre. Rasca, sim, mas livre como o vento. E cada vez mais me sinto livre da pulhice daqueles que dizem que têm de ter um tal de sentido de estado.
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Nota: a foto deste post mostra a magnífica capelinha da Senhora da Rocha. Descubram onde é e venham p'ra cá, que decerto não se irão arrepender, ó leitores. Asseguro-vos.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

• O próximo Dono Disto Tudo

Havia p’rái um bastas vezes citado mamborreiro - já não tenho bem a certeza de quem se tratava o dito cujo - que clamava que desde que tinha visto um porco a andar de bicicleta já acreditava em tudo.

Eu é mais desde que vi um banco com 150 anos de história cair em 15 dias.

Que toda a gente antes da sua queda estrondosa afiançava que era um banco sólido. Inclusivé houve um certo presidente da república a fazer esse frete aos accionistas dessa desditosa instituição financeira.

Ficou o lugar de DDT, Dono Disto Tudo vago. E não se vê no horizonte outra entidade que venha assumir essa laboriosa função na nossa sociedade à beira-mar prantada, a tomar os seus banhos de sol bem merecidos no passado mês de Agosto. Altura em esta farsa toda do banco bom e do banco mau estoirou.

E sendo assim, está-me a apetecer chegar-me à frente. Não bem eu mesmo mas o meu recente alter ego neste mês de Setembro glorioso.

Ficam a conhecer, pessoas, o rei Nep, um vosso criado. Um rapaz jeitoso e deslumbrante na foto sua aqui acima reproduzida. Que já fez mais pela popularidade da monarquia junto dos "seus" jovens - muito jovens mesmo; alguns ainda mal começaram a dar os primeiros passos... - súbditos britânicos de férias no Algarve do que o príncipe Charles, filho of His Majesty, the Queen!...

O futuro são as crianças, dizem-nos sempre por aí, a torto e a direito. And since the kids seem to love me pretty much… So…

E ademais, serei sempre verdadeiro. Eu cá sou totalmente WYSIWYG, What you see is what you get. Um real clown do princípio ao fim. E não apenas no fim, quando chegar a vez da minha queda também.

sábado, 2 de agosto de 2014

• A política tuga trocada por miúdos

Como é que queremos que a União Europeia nos continue a mandar p'ra cá uns valentes maços de notas verdinhas se nós mandamos p'ra lá uns trocados apenas? Moeditas que a julgar pela forma torpe de pensar de Pierre Pas Lapin era algo que não nos devia fazer cá falta nenhuma... Nem davam para pagar uma bica.

Que falta de visão deste governo, benzódeus!...  ;-)

Uma ocasião d'ouro para nos livrarmos da miss SWAP's, tal como nos livrámos do cherne no passado... e ainda por cima podíamos capitalizar em grande... Já que os gajos curtem bués a chalava .. E deixamos passar esta chance assim, sem pensarmos muito.

A silly season deve ter mesmo umas costas largas cum'ó caraças!...

segunda-feira, 21 de julho de 2014

• Já nada de nada serve...

…Ou por outras palavras, desta feita na língua de Camões, o que Beatrice Webb (1858–1943) nos quis dizer foi: “De nada serve salvar uma nação cuja classe trabalhadora foi deteriorada”.

E nós estamos a deixar que isso aconteça!… Na ânsia de governos apresentarem uns aos outros na União Europeia números cada vez mais bonitinhos nas finanças públicas próprias de cada um, estamos a descurar aquilo que é inquantificável.

Andámos a fechar os olhos à destruição de empregos a dar com um pau. Enviámos para a inactividade - tantas vezes prolongada por demais - milhões de europeus, alguns dos mais qualificados de entre nós. Não deixamos muitas esperanças a quem está a entrar neste momento no mercado de trabalho. Criámos desmotivações e desinteresses mil nos que ainda se vão mantendo activos.

Valerá a pena andarmos a trabalhar uma vida inteira como mouros para depois vermos assim desmoronar-se tanta instituição ou empresa sólida - supostamente, é bem de ver... - com tanta facilidade e em tão pouco tempo, como o em que vem perdurando esta estúpida moda política da austeridade?…

E se isto tudo passar um dia, se eventualmente passar, a quem vamos pedir para arregaçar as mangas e reconstruir a nossa economia? Onde vamos desenterrar essas energias?

Eu já não sei o que eu quero fazer do resto da minha vida profissional activa. Mas alguma coisa terei de fazer, claro, para sobreviver. Agora, nunca mais darei o litro. Nunca mais trabalharei por gosto, presumo. E isso assusta-me.

Vai ser preciso um milagre. Um milagre dos grandes. Enorme, do tamanho do universo. Maior do que a estupidez - predita por Albert Einstein - que vem grassando na classe política europeia.

Um dia ainda relatarei aqui neste blog as minhas aventuras de sobrevivência ao governo de Pedro Passos Coelho e à sua infernal máquina do estado, que tanta terra queimada tem deixado por aí…

sexta-feira, 6 de junho de 2014

• A chave que faltava!…

Descobri hoje, vejam lá, com algum alívio interior, que a chave para compreender finalmente a política portuguesa actual já foi produzida no início do século passado pelo bom do Fernando Pessoa…

Mas isto pode ser uma consolação demasiado optimista para a dureza absurda dos tempos que vivemos. Porque será talvez um pouco como supor que algum lampejo de inteligência habita na mente daquela menino que anda a brincar de ser primeiro-ministro, violando de uma forma sistemática, casmurra e ignorante o espírito do livrinho sobre o qual jurou servir a nação e os portugueses.

Será que... Afinal o gajo até é esperto?... Este repentino pensamento agora assusta-me cumó caraças...

domingo, 25 de maio de 2014

• Votar p'ra quê???...

Tu que dizes que não vais votar… Viste no que deu da última vez em que decidiste também não votar? Alguém escolheu por ti. 

E os grandes defensores da troika dentro de portas tomaram as rédeas do poder. Como bem queriam. Tudo fizeram para que outras soluções do governo anterior para a crise que caiu de pára-quedas no nosso colo não fossem para a frente.

E forçados ou não, transformaram isto aqui que ainda era uma democracia, apesar de tudo, numa bancocracia.

Há quem ache que o desapontamento com a classe política actual gerará mais abstenção nas urnas. Eu tenho para mim que deveria era ser o contrário! Que o descontentamento com o rumo da política hoje apelasse a que mais alguns de nós viessem a usar a sua arma nestas eleições europeias contra aquilo que os afecta e prejudica.

Justamente nestas eleições é que temos de dizer à Europa que não estamos contentes com o tratamento a que nos sujeitaram. Obrigadinha, sim, queridos irmãos europeus… Vocês foram uns bacanos. :-(

Eu não sou visceralmente contra as pessoas que nos governam nestes dias de chumbo. Compreendo que na sua boa fé crêem que nos levam pelo melhor caminho. Só que eu não creio assim!…

E quero sobretudo que a nossa boa velha democracia volte e que a puta da bancocracia seja derrotada com estrondo. E de uma vez por todas.

Por isso fui votar today nestas eleições europeias. Não contra pessoas mas contra as boas intenções de que dizem o inferno está cheio. Quero que o Parlamento Europeu se encha de tribunos que defendam realmente e em primeiro lugar os povos que os elegem e não tanto os grandes banqueiros e especuladores internacionais.

Posso ser um cidadão rasca… Mas não brinco em serviço.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

• Clean up your own mess, gentlemen…

Dizem que a troika vai-se embora amanhã. Dizem!…

Dizem que Portugal vai poder obter o guito novamente naquilo a que chamam prái como os ditos mercados. Mercados que para mim, que nada percebo de economia e nem quero, são ainda umas entidades abstractas. E terroristas. Tal como a afamada Al-Qaeda. Que é mais uma coisa que os media, prestando um serviço a sabe-se lá quem, fizeram nascer na nossa imaginação colectiva. E lá se enraizou esse papão, sem que o possamos sentir como uma realidade que tenha uma face que reconheçamos.

Aprendemos nestes últimos tempos que essa porra dos mercados podem lixar a vida a povos e nações inteiras. Impunemente. E tudo para satisfazer a ganância de uns poucos (?...) grandes agiotas e especuladores internacionais.

Um personagem da cena política portuguesa, que eu não aprecio particularmente, disse um dia uma coisa muito sagaz. E de que eu até me admirei de vir daquela procedência…

Falo da Miss SWOP’s, como é carinhosamente denominada a nossa ministra das finanças. E o que esta distinta senhora disse foi que… De futuro deveriam ser criados mecanismos que blindassem o cidadão comum das consequências das trafulhices com que a alta finança mundial se andasse a entreter. Por outras palavras, se eles fizessem merda, eles que a limpassem todinha depois. E não os outros, todos nós, anónimos e pacatos cidadãos. A quem nos quiseram colar um sentimento de culpa de sermos caloteiros, madraços e de vivermos acima das nossas possibilidades.

Oxalá que sim! Oxalá que os nossos políticos portugueses e europeus voltem a pensar mais no povo que os elege e menos nos donos do dinheiro que lhes puxam os cordelinhos. Isto é, se os(as) meninos(as) tiverem tomates para tanto… O que me parece utópico.

Bom, ás vezes não é preciso só tomates. Requere-se que tenham também lampejos de uma rara inteligência, como a que Maria Luís Albuquerque - o nome real da figura atrás citada - teve. E uma consciência. Coisas que são ambas muito caras. Sem preço algum.