segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

• Per una Catalunya lliure

Vai ser na próxima quinta-feira, dia 21, que um novo 1º de Dezembro pode ter uma reprise. E desta vez sem ser necessário defenestrar um qualquer Miguel de Vasconcelos.

Menos mal. No anno da graça de Mil Seiscentos e Quarenta não havia cá referendos. Eram tempos mais bárbaros. Hoje as coisas podem resolver-se com papelinhos enfiados em urnas.

Ainda que actualmente possamos parecer mais civilizados e sobretudo democráticos, persistem contudo umas pequenas bizarrias. Como delitos de opinião poderem condenar um homem a 30 anos de cadeia no país aqui ao lado de nuestros hermanos, por supuesto.

Não entendo como é possível que a lei fundamental de Espanha, a sua constituição, blinde a possibilidade das diferentes nações que a compõem, qual mosaico, julgarem unilateralmente acerca do seu destino. Como é que tal regra foi aprovada?… Como é que não a contestam hoje?…

Eu ao menos não ouço essas vozes, se é que existem. Nem essas lá em Barcelona, nem outras que deveriam clamar aqui em Lisboa pelo seu apoio por uma Catalunha livre… Então nós tivemos direito ao nosso 1640, à nossa restauração da independência face a esses reis Felipes merengues e não se ouve nenhum tuga dizer de sua justiça que os catalães deveriam merecer o mesmo?…

Só se ouve por aí alguns lusos hipócritas rosnar que uma Catalunha independente seria prejudicial para a saúde da economia!… Dessa maldita economia que tanto nos determina.

E será que isto seria mesmo mau? E se a seguir fosse o País Basco, a Galiza, a Andaluzia e outras mais nacionalidades mantidas em letargia por Castela? E se Espanha se transformasse numa nova Jugoslávia que implodisse?

Num tal status quo as várias novas nações peninsulares olhariam para Portugal como o mano mais velho que se emancipou há mais tempo. E as relações comerciais e culturais entre os diversos povos da Ibéria sofreriam um boost fantástico.

Mas é claro que se algum importante membro da nossa sociedade alfacinha - sobretudo se algum político, no poder ou na oposição - se pronunciasse a favor de Carles Puigdemont, logo o Rei de Espanha actual teria de imitar o seu progenitor gritando de ladecos para trás das suas espaldas “¿Por qué no te callas?”.

Puigdemont nunca se poderia ter exilado aqui sem nos comprometer com este outro Rey Felipe do séc. XXI. O homem teve mesmo de ir para a Flandres, claro. Que por acaso também já soube o que era estar sob o jugo espanhol…


Eu cá sou apenas uma reles formiguinha. E por isso me permito escrever aqui neste pequenito púlpito que eu sou per una Catalunya lliure.

E que um dia num futuro não muito longínquo a terra do meu avô paterno - que eu nunca conheci, pois deixou este mundo quando o meu pai tinha a provecta idade de nove anos -, Santiago de Compostela, também tenha o seu destino apenas nas suas mãos.

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