segunda-feira, 7 de setembro de 2009
• Demagogia? Não, obrigadinha!...
É um trabalho sujo mas alguém tem de o fazer, como dizem os anglo-saxónicos.
Eles "andem" aí cheios de esperança a exibir os seus cartazes de campanha, aspirando a convencer os incautos do mérito superior das suas mensagens. E eu, pelo meu lado, tenho o dever cívico de usar este Speaker's Corner que é a Blogosfera para desconstruir as lógicas inquinadas daquela podridão que grassava no reino da Dinamarca dessas mensagens deles.
Caramba, alguém tinha de dizer que o Rei vai nu e como não vislumbrei ninguém que se chegue à frente ainda, cá vou eu.
"Há cada vez mais pessoas a pensar como nós", proclama Paulo Portas. E essas pessoas chamam-se pessimistas, digo eu. Os outros, que também se julgam serem cada vez mais em maior número são os optimistas. E julgam isso por inerência da sua qualidade intrínseca, o optimismo, justamente.
É que já chateia estar sempre a ouvir este indivíduo do outdoor acima mostrado em reportagens televisivas nas diversas Ovibejas que por este país se realizam. Um chavalo mais novo ainda que eu sempre com aquele ar grave e repreendedor, falando da arrogância dos outros, vejam lá a falta de espelhos, daqueles que trabalham para o nosso bem comum. Sempre a dizer que está tudo mal. Sempre a martelar que aqueles que nos servem no governo não há nenhum que preste.
O povo, na sua sabedoria ancestral, sabe que nem tudo pode ser completamente mau e nem totalmente bom num lado só da questão. E eu para mim tenho que o actual governo vale bem o que este nos custa. Quero continuar a pagar para que se mantenha em funções, em vez de ser substituido por outro grupo de humanos menos infalíveis e porventura até mais caros ou mais esbanjadores dos cofres públicos.
É possível fazer melhor do que José Sócrates e a sua equipa tem feito? Sim, é óbvio que tem de ser possível. Quem então é que pode fazer melhor? Entre os que se posicionaram às luzes da ribalta, não vejo ninguém. A não ser o próprio Sócrates, que teve tempo para adquirir traquejo para fazer a coisa certa agora desta segunda vez, que em breve vai começar para ele.
Se Paulo Portas persistir no seu discurso com este tom carrancudo, eu vou começar a julgar que a sigla PP é Partido Pessimista. O menino páre de nos meter na fossa, por favor, sim? Obrigadinha...
E agora abordemos o case study desta respeitável senhora do outdoor em baixo.
Sussurra-nos esta veneranda kota, num tom moralista de acordo com as suas convicções cristalizadas no tempo e de vistas pouco alargadas, que os políticos devem prometer só o que podem cumprir. Deve ser por isso que o parto do seu programa eleitoral tem sido difícil. E ainda vem a ser reduzido um dia a uma só folha A4, como já se adivinha. É que a senhora não desconhece que, bem vistas as coisas, assim não se devia prometer era nada. A não ser que se procedesse como um dia sugeriu: dando uns seis meses de férias à democracia.
Vamos a um exemplo elucidativo: imaginem que um candidato à chefia do nosso governo nos vinha prometer que ia acabar com a balbúrdia e o regabofe do nosso sistema educativo, que ia pôr os profs todos na linha e a ensinar como manda a sapatilha. E que o homem até ganhava a maioria absoluta, essa almofada sempre muito confortável para mandar nesta treta toda. Acham que mesmo assim, o homem conseguia pôr os profs realmente a trabalhar e a serem chamados à pedra se não dessem o litro, ou pelo menos meio litro, como todos nós? Tá bem, tá...
Nunca em democracia. Aquela gajada dos profs ia sempre estrebuchar, para não perder o seu alegado direito ao ripanço e á desresponsabilização. E o quarto poder ia aliar-se a eles, sempre sedento de espectáculo, sacrificando sempre a justiça a este. E todos sabemos que quando o quarto poder aparece, é como uma erva daninha que muito compromete a colheita do lavrador.
A verdade é que não se pode mesmo prometer nada, pela lógica desta senhora. Nunca nenhum político poderá jurar a pés juntos que conseguirá fazer de uma forma completa e inatacável o que tenha prometido antes de alcançar o poder. Porque há sempre factores imponderáveis.
Entre o prometer só o que se pode mesmo garantir, ou seja, nada e o prometer mundos e fundos, o que de resto já ninguém faz, nem valia a pena vir a senhora gastar dinheiro a dar-nos lições de ética, há que encontrar o equilíbrio perfeito. Mas mesmo assim o risco existe sempre de um homem sonhar e algum dos seus sonhos não assistir ao nascimento da respectiva obra.
Há que não ter medo de sonhar que se vai fazer, portanto. Há que não ter medo de publicitar os nossos sonhos como as promessas que temos para dar aos outros, se queremos cativá-los. No fundo, há que ter tomates. Que é coisa que não se espera vinda dum contabilista.
Martin Luther King quando disse que tinha um sonho acham que ele tinha a certeza que esse sonho se concretizaria antes do fim dos seus dias? É que nem se ele tivesse sido eleito por quase unanimidade, situação quase impossível à sua época. Forças de bloqueio sempre existirão, o seu Cavaco que o diga.
E quanto à sua propalada "política de verdade", de que se acha a maior paladina, esta senhora que até possui uns belos telhados de vidro, que estudou Finanças mas talvez tenha descurado a História Universal, a esta senhora gostaria de relembrar uma enorme lição de um velho sábio que poderia bem ter sido seu correlegionário, de tal modo a senhora parece antiga. Falo do germânico Chanceler Bismarck que nos disse num dia de inspiração que "a política e as salsichas, é bom que não se saiba tudo sobre como se fazem".
Esta lição o seu adversário José Sócrates sabe-a bem. E esta senhora confunde nele o mentir com o não dizer toda a verdade. Que é como se deve actuar em política. Vá lá contar toda a verdade, vá, e vai ver o quanto vai agradar ao povo que a eleger.
Oh, meus deuses, e quer esta gente que tem a pestana cheia de conjuntivite mandar nisto... Como dizia o outro já aqui citado: "Safa!...".
Eles "andem" aí cheios de esperança a exibir os seus cartazes de campanha, aspirando a convencer os incautos do mérito superior das suas mensagens. E eu, pelo meu lado, tenho o dever cívico de usar este Speaker's Corner que é a Blogosfera para desconstruir as lógicas inquinadas daquela podridão que grassava no reino da Dinamarca dessas mensagens deles.
Caramba, alguém tinha de dizer que o Rei vai nu e como não vislumbrei ninguém que se chegue à frente ainda, cá vou eu.
"Há cada vez mais pessoas a pensar como nós", proclama Paulo Portas. E essas pessoas chamam-se pessimistas, digo eu. Os outros, que também se julgam serem cada vez mais em maior número são os optimistas. E julgam isso por inerência da sua qualidade intrínseca, o optimismo, justamente.
É que já chateia estar sempre a ouvir este indivíduo do outdoor acima mostrado em reportagens televisivas nas diversas Ovibejas que por este país se realizam. Um chavalo mais novo ainda que eu sempre com aquele ar grave e repreendedor, falando da arrogância dos outros, vejam lá a falta de espelhos, daqueles que trabalham para o nosso bem comum. Sempre a dizer que está tudo mal. Sempre a martelar que aqueles que nos servem no governo não há nenhum que preste.
O povo, na sua sabedoria ancestral, sabe que nem tudo pode ser completamente mau e nem totalmente bom num lado só da questão. E eu para mim tenho que o actual governo vale bem o que este nos custa. Quero continuar a pagar para que se mantenha em funções, em vez de ser substituido por outro grupo de humanos menos infalíveis e porventura até mais caros ou mais esbanjadores dos cofres públicos.
É possível fazer melhor do que José Sócrates e a sua equipa tem feito? Sim, é óbvio que tem de ser possível. Quem então é que pode fazer melhor? Entre os que se posicionaram às luzes da ribalta, não vejo ninguém. A não ser o próprio Sócrates, que teve tempo para adquirir traquejo para fazer a coisa certa agora desta segunda vez, que em breve vai começar para ele.
Se Paulo Portas persistir no seu discurso com este tom carrancudo, eu vou começar a julgar que a sigla PP é Partido Pessimista. O menino páre de nos meter na fossa, por favor, sim? Obrigadinha...
E agora abordemos o case study desta respeitável senhora do outdoor em baixo.
Sussurra-nos esta veneranda kota, num tom moralista de acordo com as suas convicções cristalizadas no tempo e de vistas pouco alargadas, que os políticos devem prometer só o que podem cumprir. Deve ser por isso que o parto do seu programa eleitoral tem sido difícil. E ainda vem a ser reduzido um dia a uma só folha A4, como já se adivinha. É que a senhora não desconhece que, bem vistas as coisas, assim não se devia prometer era nada. A não ser que se procedesse como um dia sugeriu: dando uns seis meses de férias à democracia.
Vamos a um exemplo elucidativo: imaginem que um candidato à chefia do nosso governo nos vinha prometer que ia acabar com a balbúrdia e o regabofe do nosso sistema educativo, que ia pôr os profs todos na linha e a ensinar como manda a sapatilha. E que o homem até ganhava a maioria absoluta, essa almofada sempre muito confortável para mandar nesta treta toda. Acham que mesmo assim, o homem conseguia pôr os profs realmente a trabalhar e a serem chamados à pedra se não dessem o litro, ou pelo menos meio litro, como todos nós? Tá bem, tá...
Nunca em democracia. Aquela gajada dos profs ia sempre estrebuchar, para não perder o seu alegado direito ao ripanço e á desresponsabilização. E o quarto poder ia aliar-se a eles, sempre sedento de espectáculo, sacrificando sempre a justiça a este. E todos sabemos que quando o quarto poder aparece, é como uma erva daninha que muito compromete a colheita do lavrador.
A verdade é que não se pode mesmo prometer nada, pela lógica desta senhora. Nunca nenhum político poderá jurar a pés juntos que conseguirá fazer de uma forma completa e inatacável o que tenha prometido antes de alcançar o poder. Porque há sempre factores imponderáveis.
Entre o prometer só o que se pode mesmo garantir, ou seja, nada e o prometer mundos e fundos, o que de resto já ninguém faz, nem valia a pena vir a senhora gastar dinheiro a dar-nos lições de ética, há que encontrar o equilíbrio perfeito. Mas mesmo assim o risco existe sempre de um homem sonhar e algum dos seus sonhos não assistir ao nascimento da respectiva obra.
Há que não ter medo de sonhar que se vai fazer, portanto. Há que não ter medo de publicitar os nossos sonhos como as promessas que temos para dar aos outros, se queremos cativá-los. No fundo, há que ter tomates. Que é coisa que não se espera vinda dum contabilista.
Martin Luther King quando disse que tinha um sonho acham que ele tinha a certeza que esse sonho se concretizaria antes do fim dos seus dias? É que nem se ele tivesse sido eleito por quase unanimidade, situação quase impossível à sua época. Forças de bloqueio sempre existirão, o seu Cavaco que o diga.
E quanto à sua propalada "política de verdade", de que se acha a maior paladina, esta senhora que até possui uns belos telhados de vidro, que estudou Finanças mas talvez tenha descurado a História Universal, a esta senhora gostaria de relembrar uma enorme lição de um velho sábio que poderia bem ter sido seu correlegionário, de tal modo a senhora parece antiga. Falo do germânico Chanceler Bismarck que nos disse num dia de inspiração que "a política e as salsichas, é bom que não se saiba tudo sobre como se fazem".
Esta lição o seu adversário José Sócrates sabe-a bem. E esta senhora confunde nele o mentir com o não dizer toda a verdade. Que é como se deve actuar em política. Vá lá contar toda a verdade, vá, e vai ver o quanto vai agradar ao povo que a eleger.
Oh, meus deuses, e quer esta gente que tem a pestana cheia de conjuntivite mandar nisto... Como dizia o outro já aqui citado: "Safa!...".
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