terça-feira, 28 de maio de 2019

• Como votou um cidadão rasca

Nestas últimas eleições europeias sinto por uma primeira vez que ganhei. Que apostei no cavalo certo.

Votei no fofinho PAN, Pessoas, Animais e Natureza

Creio que nunca antes tinha sido este partido a minha escolha. E a minha filhota também, talvez por ter colada a ela a alcunha de "raposinha", herdada da sua mamã.

Em eleições “a sério” não vou por aí. Boto sempre a cruz no quadrado do mui nobre Partido Socialista. Mas em autárquicas e europeias dou à minha tão conturbada mente liberdade de voto. O Bloco de Esquerda e o Partido Livre já foram outrora escolhas pessoais. Esporadicamente.

Até ao domingo passado eu estava colocado na classe dos tontos indecisos. E vai não vai, estive quase para pensar em honrar o partido Iniciativa Liberal com a minha benção. Mas depois emendei a mão… Achei pouco inteligente este partido hostilizar o PS em alguns dos seus cartazes. Logo, não ia dar o meu voto a gente menos esperta.

A gente que se diz liberal mas que alinha com PSD’s, Alianças e CDS’s da vida, sendo crítica da nossa bendita Geringonça. Já o PAN não cai no mesmo erro. E até consegue elogiar algumas vozes mais rebeldes do PS, como se pode ver no cartaz ao lado...

Mas quanto aos cartazes do IL, até que eles tinham um que  deu nas vistas pelas ruas de Lisboa e que eu aprovo e aplaudo!… Este aqui ao lado mostrado, inspirado no mote da Internacional, mas onde se substitui os velhos proletários pelos actuais contribuintes que andam uma beka adormecidos.

Bem esgalhado!...  ;-)

Sim, é mister que estes últimos se unam. Até uma personagem com a qual não posso nutrir simpatia política, o shôr engenheiro Mira Amaral, disse um dia em uma conferência qualquer onde nada se pode aprender, citando um tal dum relatório doutro senhor, Michael Porter, um yankee a quem em tempos idos encomendaram um diagnóstico sobre o status quo do nosso pobre pequeno país…

Resumindo e concluindo, dizia o tal do Porter, entre outras coisas aonde identificou factores em que o nosso país tinha grande margem de progressão rumo á perfeição que… O fisco tinha de deixar de encarar todos os contribuintes como alvos a abater.

O Livre podia ter continuado a ser uma opção. E era bom que o conseguisse, a bem duma cada vez maior pluralidade de vozes, que eu creio tão desejável. Só que desta feita optei pelo voto útil. E prestei alguma atenção a sondagens que davam o PAN com boas hipóteses de eleger pelo menos um deputado europeu.

Eu sei, isto é rasca. Devia ter votado mais em consciência com aquilo em que mais acredito. Mas aí não era no Livre que eu punha a cruz. Aí para ser coerente, teria de ser no PS. E eu quis beneficiar um dos pequenitos, em detrimento dum grande partido.

Rematando todo este arrazoado sem nexo, fiquei particularmente contente com o facto do PAN ter ultrapassado o asquerosamente demagogo CDS* em distritos como Setúbal e Faro - e por uma unha negra isso também não acontecia em Lisboa - e o anacrónico** PCP - ou com mais rigor a velha coligação CDU, que incluí os Verdes - em vários distritos do norte desta valente Lusitânia.

E uma vez mais, como diz António Costa, "É geringonça mas funciona!". In your face, dona Assunção Cristas!...Parabéns a vocês também, Bloco de Esquerda.
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* Nalguns casos foi mesmo uma valente abada que o PAN deu ao CDS... Eu se fosse centrista - hipótese totalmente impossível - pintava a minha face de negro!...

** Digo anacrónico porque ainda estão no tempo da K7 (mais conhecida por cassete). Nem sequer evoluíram para CD’s. E já vamos hoje na época do mp3… O velho Jerónimo de Pirescouxe bem podia dar o lugar a alguém com sangue novo… Mas qual seria o jovem comuna que não se importaria de ser visto à frente dum partido cada vez menos sexy?… Nenhum, digo eu.

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