Tal como já disse no último post deste blog, se o Estado precisasse dos serviços dum “cliente-mistério” para aferir como trata os seus cidadãos, talvez eu fosse um interessante case study.
Se se quisesse aferir como numa democracia temos um fisco que se comporta como se estivéssemos ainda no feudalismo da idade média ou nos anos vinte do século passado na Chicago de Al Capone, e ainda por cima de forma atabalhoada, eu tenho muito o que contar!…
Se se quisesse aferir como um entidade estatal como o Instituto do Emprego e Formação Profissional não serve para rigorosamente nada no apoio à procura de emprego aos cidadãos inscritos para o efeito neste IEFP, e farta-se de esbanjar recursos financeiros e humanos em serviços e actividades só para inglês ver e para aldrabar estatísticas, eu tenho muito o que contar!…
Se se quisesse aferir como a Segurança Social também não cumpre cabalmente a sua missão e deixa os cidadãos desamparados quando mais se necessita desta, eu tenho muito o que contar!…
Mas já agora, também tenho muito o que contar se se quisesse aferir como o Serviço Nacional de Saúde funciona tão melhor nos hospitais de serviço público geridos por entidades privadas. Tais como o novo Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, para dar o exemplo que melhor conheço aqui…
Feito um balanço geral, no entanto, enquanto cidadão e cliente deste estado estou farto de ver-nos a todos pagar tanta ineficácia. Quero mudar de fornecedor de serviços estatais para cidadãos.
Vou emigrar. Vou-me baldar daqui p'ra fora! Esta vai ser a minha principal resolução do Ano Novo de 2016 que se avizinha a galope.
De qualquer modo, o estado português já me perdeu faz muito tempo como um cidadão exemplar. Só consigo continuar a ser um cidadão rasca aqui permanecendo. E apesar da esperança ténue renascida no seio do povo português com a posse do actual governo, ainda vai correr muita mas muita água debaixo da ponte até que grande parte daquilo a que eu apontasse o dedo fosse corrigido.
Estou também imensamente farto de observar tanta gente como eu, com maiores e melhores talentos e competências do que euzinho aqui, permanecer desperdiçada neste país que se mostra impotente para aproveitar todo o seu rico capital humano.
Bom, mas vá lá, isto deve ser uma maleita generalizada neste mundo inteiro. Mas talvez sobretudo nas sociedades do mundo ocidental.
Existe apesar de tudo na União Europeia uma jovem democracia - ou ao menos ainda não tão caquética como a nossa - que hoje e sempre me atraiu pelo pragmatismo do seu estado e pela resiliência* dos seus cidadãos. E é para lá que eu queria ir, se com a sua generosidade me puderem aceitar lá.
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* Detesto este palavrão, “resiliência”!… Ou buzzword, como se soe ouvir tanta vez a sair da boca de gurus nos dias de hoje. "Tenacidade" será quiçá uma melhor escolha para bem descrever o carácter do povo da Singing Revolution.
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