domingo, 21 de fevereiro de 2010
• Daaaaaah!... É a economia, meu povo.
A campanha eleitoral de Bill Clinton em 1992 teve o condão de eternizar esta curiosa expressão anglo-saxónica. Hoje, quase 30 anos depois, esta calha que nem ginjas no que me apraz dizer.
Um dia destes, estava sem nada para fazer, concerteza, porque me pus a visionar distraidamente um programa do canal SIC Notícias que, se não me engano, era o "Praça Pública". Ou algo do mesmo género. Sabem, não é, o tipo de programas que usualmente dão voz aos seus espectadores através de chamadas telefónicas para os estúdios em directo. E não é que escutei uma ideia inteligente, expressa por um destes espectadores, que invariavelmente são pessoas amarguradas com a vida, na situação de reformados e que só querem barafustar e dizer mal de todos os que estão no poleiro, para usar a sua própria terminologia?
Discutia-se o congelamento decretado pelo governo dos salários dos funcionários públicos. Toda a gente zurzia que eram sempre os do costume, os mais fracos, os únicos que tinham de apertar o cinto e que não era justo. Eis senão quando, contra a corrente do jogo, alguém, a quem tiro o chapéu, se o usasse, marca um daqueles golos lindos porque inesperados. Um espectador muito lúcido lembrou um importante ponto forte dos ditos mais fracos: estes, para além de produzirem riqueza, na forma de bens de consumo, são também os consumidores maioritários desses bens.
Nas suas palavras, lançava este cidadão ilustre a seguinte questão: o que pensarão os patrões dos grandes grupos económicos do ramo da distribuição, como a Sonae ou a Jerónimo Martins, sobre este congelamento de salários? É que o consumo com esta medida vai retrair-se. Vai haver menos lucro...
E o próprio governo não deveria reflectir também? É que o consumo a diminuir significa menos impostos arrecadados com o bendito IVA.
O PCP e os partidos à sua esquerda - ou talvez de esgelha - não fizeram a necessária evolução para além da velha K7 (cassette, para alguns) do "temos de nos insurgir contra as políticas de direita deste governo". Essa gritaria hoje é praticamente inócua.
Meu povo, temos que lembrar a todos esses grandes, os que detém os poderes político e económico, que eles também precisam do nosso "guito", que é poucochinho no bolso de cada um de nós, os fracos, mas que, falando em termos do conjunto dos consumidores da classe média-baixa (tu, meu povo, por outras palavras mais caras), pode ser muito significativo para esses poderosos. É melhor não fazerem muitas ondas, que um dia a malta chateia-se e deixa de consumir de todo. E depois eles têm de mandar o cobrador do fraque ir receber os cheques sem fundo das eternas caloteiras tias da Quinta da Marinha, se quiserem recuperar a viabilidade económica das suas empresas e as repartições de finanças de portas abertas e com algo para fazer.
É esta a nossa principal força hoje em dia, camaradas. Greves e manifs já não fazem tanta mossa assim.
Um dia destes, estava sem nada para fazer, concerteza, porque me pus a visionar distraidamente um programa do canal SIC Notícias que, se não me engano, era o "Praça Pública". Ou algo do mesmo género. Sabem, não é, o tipo de programas que usualmente dão voz aos seus espectadores através de chamadas telefónicas para os estúdios em directo. E não é que escutei uma ideia inteligente, expressa por um destes espectadores, que invariavelmente são pessoas amarguradas com a vida, na situação de reformados e que só querem barafustar e dizer mal de todos os que estão no poleiro, para usar a sua própria terminologia?
Discutia-se o congelamento decretado pelo governo dos salários dos funcionários públicos. Toda a gente zurzia que eram sempre os do costume, os mais fracos, os únicos que tinham de apertar o cinto e que não era justo. Eis senão quando, contra a corrente do jogo, alguém, a quem tiro o chapéu, se o usasse, marca um daqueles golos lindos porque inesperados. Um espectador muito lúcido lembrou um importante ponto forte dos ditos mais fracos: estes, para além de produzirem riqueza, na forma de bens de consumo, são também os consumidores maioritários desses bens.
Nas suas palavras, lançava este cidadão ilustre a seguinte questão: o que pensarão os patrões dos grandes grupos económicos do ramo da distribuição, como a Sonae ou a Jerónimo Martins, sobre este congelamento de salários? É que o consumo com esta medida vai retrair-se. Vai haver menos lucro...
E o próprio governo não deveria reflectir também? É que o consumo a diminuir significa menos impostos arrecadados com o bendito IVA.
O PCP e os partidos à sua esquerda - ou talvez de esgelha - não fizeram a necessária evolução para além da velha K7 (cassette, para alguns) do "temos de nos insurgir contra as políticas de direita deste governo". Essa gritaria hoje é praticamente inócua.
Meu povo, temos que lembrar a todos esses grandes, os que detém os poderes político e económico, que eles também precisam do nosso "guito", que é poucochinho no bolso de cada um de nós, os fracos, mas que, falando em termos do conjunto dos consumidores da classe média-baixa (tu, meu povo, por outras palavras mais caras), pode ser muito significativo para esses poderosos. É melhor não fazerem muitas ondas, que um dia a malta chateia-se e deixa de consumir de todo. E depois eles têm de mandar o cobrador do fraque ir receber os cheques sem fundo das eternas caloteiras tias da Quinta da Marinha, se quiserem recuperar a viabilidade económica das suas empresas e as repartições de finanças de portas abertas e com algo para fazer.
É esta a nossa principal força hoje em dia, camaradas. Greves e manifs já não fazem tanta mossa assim.
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