domingo, 31 de janeiro de 2010

• Os contabilistas

Daniel Bessa, ilustre economista português, figura pública a quem se deve merecida consideração - pelo menos eu assim julgo e julgarei - veio fazer a devida defesa da sua corporação numa coluna do semanário "Expresso", habitualmente no canto inferior direito da primeira página do caderno de Economia. Onde habitualmente Manuela Ferreira Leite também bota faladura, facto a não negligenciar.

Nessa coluna faz-se-nos a lembrança da valia dos ditos contabilistas, como travão dos ímpetos dos visionários deste mundo. Pequena valia, digo eu...

Porque os contabilistas parecem sempre gostar ou ter a obrigação de fazer contas, segundo as palavras do próprio Daniel Bessa, do que é preciso gastar numa dada iniciativa inovadora. O que é concreto, palpável. E não terem o mesmíssimo prazer ou sequer conforto em fazer as contas do que essa iniciativa inovadora pode proporcionar como benefícios. Que já não será concreto nem palpável, que será antes incerto. O desconhecido. E o contabilista típico tem medo do desconhecido.

Que contabilista teria alguma vez aprovado, se todo o poder para isso possuisse, que se gastasse o que se gastou na epopeia dos descobrimentos portugueses ou na conquista da Lua por parte da americana NASA? Ou falando em exemplos de obras públicas, o túnel do Canal da Mancha? Eu presumo que nenhum.

Esta jura eu aqui faço: eu jamais entregarei o poder pelo meu voto nas mãos de um contabilista.

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