Durante esta Lei Seca eu consegui transgredir, chegando até a degustar bicas em chávena de porcelana, nem sequer em incipientes copinhos de plástico. Graças à benevolência de alguns donos de cafetarias mais esclarecidos e inteligentes, das quais sou cliente VIP, que viram o meu desespero por uns gramas de cafeína.
Só espero que nunca mais este absurdo se repita ou aflore de novo às mentes dos merdosos que criaram este precedente…
É que isto deu azo a situações caricatas. A fim de evitar aglomerações de mamborreiros apeados a mamar mines demasiado perto de outros clientes nos postigos, forçou-se a proibição a vigorar também noutros casos inofensivos. Como nos drive-ins de restaurantes fast food, em que nos podiam servir para dentro do nosso veículo víveres, como um Double Whopper XXL e batatas fritas, mas não copos de Coca-Cola Zero. Para mim sem gelo, fáxavôr...
Tinha de se ser obrigado a comer a paparoca a seco, se não se fosse antes ou depois ao Minipreço do lado adquirir o que beber. Se havia alguma necessidade desta porra!…
O velho bota d’elástico sempre tinha razão quando acreditava que somos um povo de brandos costumes. Eu não compreendo como é que não houve mais negociantes a contornar à força toda esta aberrante proibição...
Agora vamos a ver se se fez pedagogia e que os ajuntamentos de meninos maus não voltam a repetir-se. Basta só seguir o exemplo dos nossos amigos animais, que sempre foram espertos ao ponto de praticarem o distanciamento social em relação a nós, humanos. E com carradas de razão!…
Que nós não somos companhia que se recomende a qualquer outro ser vivo, incluindo as plantas.