quinta-feira, 21 de novembro de 2013

• A voz dos muros - VIII

Placa que se encontra fincada num pedacito de relva do pequeno jardim da propriedade privada onde se encontram o CUPAV - Centro Universitário Padre António Vieira e também um belo edifício da província portuguesa da Companhia de Jesus. Julgo, os Jesuítas.

Na freguesia do Lumiar, em plena Lisboa deste século XXI. Onde não é presumível avistar quaisquer rebanhos de ovinos, caprinos ou de outros pachorrentos ruminantes. Nem sequer algumas esporádicas ovelhas negras.

A não ser que se quisesse desincentivar a permanência naquelas instalações do autor deste blog… lol.  :-)

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

• Contra os cabrões...

“Contra os cabrões, marchar, marchar!”, já lá diz o nosso hino…

Pensei eu com os meus botões isto no outro dia, paseando por la calle. Ingenuamente julgando estar a ser original. E não, afinal não era. Esta mesma frase está já replicada por dezenas e centenas de blogs na Tugalândia.

Do quarteto constante no cartaz reproduzido ao lado, já só se senta hoje nas cadeiras do poder oficial o principal deles todos: o nosso querido Peter Steps Rabbit.

Eu não os consigo ver como cabrões puros e duros. Para mim são tão-só ideólogos cegos pela sua particular visão das prioridades do seu país. Que não deve ser bem o mesmo em que todos os outros de entre nós vivemos.

O país deles é povoado por gente piegas. E sobre os quais Pedro Passos Coelho quis no outro dia fazer pedagogia, sob a forma de chantagem emocional. E o que ele disse e eu ouvi foi, sumariamente, isto: que se o povo já está farto da austeridade e se for votar no principal partido da oposição nas próximas eleições, então… talvez os agiotas que ainda nos vão emprestando dinheiro para que os poderosos lusos mantenham um nível mínimo das suas mordomias julguem que é melhor fechar a torneira dos cifrões.

Ou seja, portem-se bem todos vocês - povo, partidos do arco da governabilidade na oposição (o Partido Socialista, em suma) e Tribunal Constitucional - ou o guito não vem por aí a caminho, ok?…

Era este basicamente o recado que tinha para nos transmitir, vindo dos mafiosos a quem ele submissamente deixa que lhe puxem os cordelinhos. Triste figura esta, feita por alguém que é suposto vestir a pele dum primeiro-ministro dum estado soberano!…

Quem havia de dizer que este lindo rapazito aqui ao lado, semelhante a um inocente menino de coro haveria de se metaforizar no sacaninha do testa-de-ferro que ele hoje é?… 

Ele não é o banqueiro anarquista de Fernando Pessoa. Mas não deixa de fazer a promoção da anarquia como filosofia política. A favor da banca e dos maiores poderosos da área económica. A julgar pela ideia que ele tem da valia da Constituição, essa coisa que é só a lei fundamental duma nação… 

Internamente, ainda vamos tendo uma bendita força de bloqueio que vai fazendo por travar o quanto pode os ímpetos loucos deste cabrãozinho. O Tribunal Constitucional, que nos vai demonstrando as superiores virtudes do princípio da separação de poderes nos regimes democráticos. E pelo menos agora, também vamos ver mexer algumas forças a nível externo. No Parlamento Europeu.

«A violação da Constituição não é um tema só para Portugal, mas também para a Grécia, onde foi recomendado que a recolha de impostos seja feita através da factura da electricidade», disse-nos Sven Giegold, eurodeputado alemão do partido Os Verdes. Entre outras coisas que tais, que podem ser lidas clicando aqui.

Resunidamente, o que Herr Giegold nos lembra é que para os vampiros da Troika vale tudo. 

Será que um dia haverá um Julgamento de Nuremberg que se constitua contra estes autênticos criminosos de guerra económica?...

As baixas não são tão grandes como na guerra tradicional. Nem têm tanta visibilidade. Mas as baixas também existem num conflito económico. Não foi descabido manifestantes terem apupado de "assassinos" os membros do governo português a semana passada na Assembleia da República... Porque eles porventura na sua estúpida cegueira não o verão, mas é a um lento genocídio o que as medidas por eles inventadas nos condenam.

Para usar também uma imagem do campo da medicina, Portugal é um paciente que está a sofrer hoje um duro tratamento de quimioterapia. Mas quem fez o diagnóstico da suposta doença e prescreveu o método de cura não foram médicos. Foi o próprio cancro!